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Maduro muda fuso horário para enfrentar emergência elétrica

O presidente da Venezuela anunciou novas medidas que incluem a mudança do fuso horário e sanções a alguns shoppings para enfrentar a emergência elétrica


	O presidente da Venezuela Nicolás Maduro: "vou modificar o fuso horário da Venezuela a partir do dia 1º maio para somar na economia elétrica do país"
 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro: "vou modificar o fuso horário da Venezuela a partir do dia 1º maio para somar na economia elétrica do país" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2016 às 21h42.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira novas medidas que incluem a mudança do fuso horário e sanções a alguns shoppings para enfrentar a emergência elétrica do país ocasionada pela seca a fim de evitar "um duro racionamento".

"Vou modificar o fuso horário da Venezuela a partir do dia 1º maio para somar na economia elétrica do país. Isto será uma medida que explicarei nos próximos dias, mas faz parte da soma de medidas para superar esta situação", disse o presidente no palácio de governo.

Maduro, que fez o anúncio durante um discurso diante de milhares de partidários em uma manifestação de respaldo a seu governo, informou da medida sem oferecer os detalhes da modificação.

Esta decisão faz parte de um plano anunciado pelo Executivo durante as últimas semanas para enfrentar a emergência elétrica que assola o país como resultado da seca ocasionada pelo fenômeno climático "El Niño".

O chefe de Estado venezuelano afirmou, além disso, que deu a ordem às autoridades para aplicar medidas "drásticas" sobre os shoppings que não atenderam a ordem presidencial de gerar sua própria energia durante pelo menos nove horas ao dia.

"Chegou a hora em que temos que tomar uma medida drástica de racionamento sobre 15 shoppings do país que não cumpriram a ordem", declarou.

Há mais de uma semana Maduro ordenou que os trabalhadores públicos não trabalhassem às sextas-feiras para fazer uma contribuição adicional à economia de energia.

Hoje, o presidente venezuelano desprezou as críticas contra essa medida assegurando que esta tem um impacto grande na economia de energia.

O presidente também declarou que decidiu decretar o dia 18 de abril, segunda-feira, como "não laboral" para todos os trabalhadores do país, e emendar com o dia 19 desse mesmo mês que já era feriado para comemorar a assinatura da ata de independência.

Maduro comentou que está fazendo "um esforço gigantesco" porque a seca dos dois últimos anos "foi brutal", afetando gravemente à represa de El Guri, que abastece a maior hidrelétrica do país, responsável por 70% da geração e que, após o impacto de "El Niño", se encontra em níveis críticos.

"Estamos defendendo agora a represa de El Guri, diariamente, hora por hora. Eu não quero dramatizar, nunca farei isso, nunca fiz, mas todos os dias estou pedindo a ajuda de vocês, famílias da Venezuela", salientou.

Maduro comentou ainda que seu governo tomou muitas decisões que teve "que fazer em silêncio", porque "senão vem o império e a embaixada gringa e as sabota", em referência aos Estados Unidos.

Por fim, pediu o apoio dos venezuelanos nesta etapa de emergência para diminuir o consumo residencial elétrico, que, segundo ele, "é o mais alto da América Latina e o Caribe".

Os níveis de consumo dos venezuelanos foram justificados pelo próprio chefe de Estado venezuelano, que lembrou que a eletricidade na Venezuela "é praticamente de graça", e embora tenha dito que "chegará o momento" de aumentar as tarifas, ressaltou que este "ainda não chegou".

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