Lula fala sobre negociações com Mercosul e crise na Grécia

Brasília e Madri - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa o dia hoje (18) em Madri, capital espanhola, para discussões da 6ª Cúpula União Europeia, Mercosul e Caribe. Em pauta temas econômicos, como a retomada das negociações entre o Mercosul e a União Europeia e a crise que atinge a Grécia, Portugal e a Espanha, além de questões de política internacional, como o programa nuclear iraniano e o reconhecimento do novo governo de Honduras.

Para o Brasil e os demais integrantes do Mercosul, é fundamental que a União Europeia demonstre boa vontade para discutir as propostas de abertura no setor industrial. Em contrapartida, os europeus devem indicar compensações na área agrícola. Os negociadores brasileiros demonstram confiança na possibilidade de fechar um acordo de livre comércio de forma equilibrada.

As exportações do Mercosul à União Europeia atingiram, em média, US$ 55 bilhões de 2006 a 2008. Isso representa 20% das exportações totais ao mundo. Os países da União Europeia são os principais investidores diretos na região do Mercosul.

Nas discussões da cúpula, outro tema que deve predominar é a crise econômica que atingiu a Grécia e, em menor escala, Portugal e a Espanha. Nos últimos dias, os governos da Itália e França também manifestam preocupação com o avanço da crise e adotam medidas para impedir a contaminação nas suas economias.

Na América do Sul e Caribe, outra preocupação é em relação a Honduras. O país foi suspenso pela Organização dos Estados Americanos (OEA) desde o golpe de Estado ocorrido em 28 de junho de 2009. Em novembro, o presidente Porfirio "Pepe" Lobo foi eleito, mas sua eleição não é reconhecida como legítima por alguns países.

Para o governo Lula e outros integrantes da América do Sul, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e seus aliados têm direito à anistia, como foi concedida aos que promoveram o golpe de Estado, em 28 de junho de 2009.

Para evitar constrangimento aos críticos de "Pepe" Lobo e a ele próprio, o governo da Espanha, que comanda a cúpula, pediu que o hondurenho participe apenas amanhã (19) das reuniões, quando a maior parte dos latino-americanos estiver deixado as discussões.

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