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Livre de Romney, Obama agora enfrenta Irã e Síria

Reeleição do democrata garante continuidade na política externa, mas deixa questões abertas como se a diplomacia pode limitar o programa nuclear do Irã

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 08h43.

Washington - Com a vitória sobre o republicano Mitt Romney em casa, o presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tem adversários em abundância no exterior, incluindo os governos de Irã, Síria e, talvez, China.

A reeleição do presidente democrata garante continuidade na política externa norte-americana, mas deixa questões abertas como, por exemplo, se a diplomacia pode limitar o programa nuclear do Irã ou se Israel ou os Estados Unidos podem recorrer a ataques aéreos contra a República Islâmica.

Também não está claro se Obama será capaz de manter sua recusa de mudar o envolvimento dos EUA na guerra civil da Síria e permitir que armas norte-americanas sejam enviadas para os rebeldes que tentam derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad.

Se os eventos permitirem, analistas de política externa dos EUA dizem que Obama continuará sua agenda para a Ásia, buscando reorientar a política norte-americana para tirar vantagem do crescimento projetado em nações como a China e a Índia e gradualmente se retirar do Oriente Médio.

Porém, tanto o Irã, que os Estados Unidos e seus aliados suspeitam estar desenvolvendo armas nucleares, quanto a Síria, onde um carro-bomba matou e feriu dezenas de pessoas na capital, Damasco, nesta terça-feira, exigirão atenção.

2013 decisivo para o Irã?

Martin Indyk, vice-presidente de estudos de política externa no centro de estudos Brooking Institution, disse que 2013 será um ano decisivo para o Irã e sugeriu que o compromisso de Obama com a não proliferação nuclear pode produzir uma política "centrada e assertiva".

"Estará bem no topo da agenda", disse Indyk. "Evitar que o Irã obtenha armas nucleares é um imperativo fundamental para reforçar o regime de não proliferação", disse.


O Irã nega as acusações norte-americanas de que esteja buscando desenvolver armas nucleares sob o disfarce de seu programa atômico civil, dizendo que seu programa tem fins pacíficos, como geração de energia e produção de isótopos médicos.

Em um esforço para forçar o Irã a cooperar, os EUA e a União Europeia foram direto na jugular ---as exportações de petróleo do Irã-- no ano passado.

Os EUA alvejaram bancos estrangeiros que lidam com o banco central do Irã e a câmara de compensação para suas vendas de petróleo e a União Europeia parou de importar o petróleo iraniano.

EUA e Israel, que enxerga um Irã com armas nucleares uma ameaça a sua existência, também sugeriram a possibilidade de ataques militares contra o Irã.

Obama disse que os Estados Unidos "farão o que for preciso" para evitar que o Irã adquira armas nucleares, e disse várias vezes que todas as opções estão sobre a mesa - código para a possibilidade do uso de força.

James Dobbins, diretor do Centro de Política de Defesa e Segurança Internacional RAND, disse que Obama poderia ser forçado pelos eventos a intervir em algum grau na Síria, possivelmente enviando armas, mas que era improvável que ele atacasse o Irã.

"Não acho viável ficar de lado se a Síria piorar, e a menos que os iranianos sejam estúpidos o bastante para nos dar uma melhor justificativa para um ataque não provocado, não acho que o governo o fará", disse Dobbins.

Analistas disseram que o imenso desafio de Obama será tentar moldar o ambiente internacional para vantagem dos Estados Unidos em uma época em que o país está afundado em dívidas, outras potências estão emergindo e enfrenta ameaças transnacionais como terrorismo, ataques cibernéticos e aquecimento global.

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