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Líder oposicionista Juan Guaidó volta para a Venezuela

O retorno de Guaidó para a Venezuela, cujos detalhes são mantidos sob sigilo, é o próximo passo no duelo com Maduro

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaido, que muitos países reconheceram como o legítimo governante interino do país, cumprimenta os partidários durante uma manifestação contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas (Manaure Quintero/Reuters)

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaido, que muitos países reconheceram como o legítimo governante interino do país, cumprimenta os partidários durante uma manifestação contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas (Manaure Quintero/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de março de 2019 às 14h02.

Última atualização em 4 de março de 2019 às 14h53.

CARACAS - Juan Guaidó, que foi reconhecido por vários países do Ocidente como presidente legítimo da Venezuela, retornou a seu país nesta segunda-feira, após uma viagem a países sul-americanos, segundo imagens de uma emissora local de televisão.

Embaixadores europeus e latino-americanos o aguardavam no aeroporto internacional de Caracas para acompanhá-lo em seu regresso ao país, sob ameaça de ser detido por ter ignorado uma ordem judicial que proibia sua saída do território.

Vestidos de branco, com bandeiras da Venezuela, centenas de seus seguidores se concentram em uma praça do leste da capital, onde um organizador lhes pedia paciência através do microfone.

As marchas começaram ao meio-dia em todo o país, onde nesta segunda-feira é feriado de carnaval. Guaidó saiu em segredo do país há dez dias, segundo ele ajudado por militares venezuelanos na fronteira com a Colômbia.

Guaidó fez o tour sul-americano, que incluiu o Brasil, para angariar apoio para sua campanha para deposição do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

"Estamos aqui na Venezuela e vamos continuar seguindo em frente", disse Guaidó ao desembarcar no aeroporto venezuelano de Maiquetia.

O líder oposicionista partiu para a Colômbia em segredo, violando uma ordem da Suprema Corte, para coordenar no dia 23 de fevereiro, no país vizinho, os esforços para enviar ajuda humanitária à Venezuela para aliviar a escassez generalizada de alimentos e remédios no país.

Da Colômbia ele viajou para Argentina, Brasil, Equador e Paraguai para angariar apoio latino-americano para um governo de transição que antecederia a realização de eleições livres na Venezuela.

No domingo ele tinha partido de avião da cidade equatoriana litorânea de Salinas.

Maduro, que rotula Guaidó de fantoche golpista dos Estados Unidos, disse que sua prisão depende do sistema de justiça.

Os Estados Unidos - que não descartam uma opção militar na Venezuela -, a União Europeia e vários governos latino-americanos expressaram preocupação por sua segurança.

"Qualquer ameaça ou ato contra seu retorno seguro encontrará uma forte e significativa resposta dos Estados Unidos e da comunidade internacional", advertiu no Twitter o conselheiro de segurança americano, John Bolton.

O vice-presidente americano, Mike Pence, tuitou que "qualquer ameaça, violência ou intimidação contra ele não vai ser tolerada e vai ter uma resposta rápida".

Pence acrescentou que o retorno seguro de Guaidó é um assunto de "alta importância para os Estados Unidos".

Sua volta à Venezuela põe o governo em um dilema: se o prender, provocará uma forte reação internacional e interna, e se o deixar livre, colocará em evidência certa fraqueza.

 

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