Lavrov afirmou que o caso poderia interessar ao serviço especial britânico, que tem permissão para matar (Sergei Karpukhin/Reuters)
AFP
Publicado em 2 de abril de 2018 às 09h36.
Última atualização em 2 de abril de 2018 às 09h38.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, sugeriu nesta segunda-feira que o envenenamento do ex-espião Serguei Skripal poderia beneficiar o governo britânico, como uma distração dos problemas a respeito do Brexit.
"Isto pode ser do interesse do governo britânico, que estava em uma situação incômoda dada sua incapacidade para cumprir as promessas a seu eleitorado sobre as condições do Brexit", disse Lavrov.
"Também poderia interessar os serviços especiais britânicos, que são conhecidos por sua capacidade de atuar com permissão para matar", completou.
A Rússia não tinha nenhum interesse em envenenar um ex-espião na véspera da eleição presidencial e a poucos meses da Copa do Mundo, que será organizada em seu território, disse Lavrov.
O chanceler russo criticou a decisão dos países ocidentais de expulsar diplomatas russos, o que provocou uma resposta simétrica da Rússia.
"Quando não existem provas, se vingam com os diplomatas", disse Lavrov.
O ministro russo também acusou Reino Unidos, Estados Unidos e seus aliados de "perda da decência" por recorrerem a "mentiras e à desinformação pura e simples".
A Rússia tem muitas perguntas sobre o tema e se o Reino Unido "não responder significará que se trata de uma invenção e mais concretamente de uma provocação flagrante", concluiu Lavrov.