América Latina precisa ir além de controles de capital, diz FMI
O Fundo também prevê que a região cresça 5,7 por cento neste ano
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2010 às 11h05.
Nova York - A América Latina precisa adotar mais medidas para lidar com o aumento dos ingressos em dólar que aumentam as preocupações de superaquecimento e perda de competividade externa, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI), que elevou a estimativa de crescimento do Brasil neste ano a 7,5 por cento.
Recentes controles de capital adotados em muitos países da região podem ter ajudado a mudar a composição mas não o volume dos dólares ingressando na economia, segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial, divulgado nesta quarta-feira.
"O possível uso de controles de capital deve ser suportado por outras medidas, como, por exemplo, a continuidade da flexibilidade cambial para desencorajar fluxos especulativos, consolidação fiscal e monitoração do setor financeiro."
O aperto fiscal ajudaria o Brasil não apenas a conter a valorização do real, ao permitir que o Banco Central seja menos agressivo nos juros, mas também reduziria os riscos inflacionários no Peru e no Uruguai, segundo o FMI.
"Dados os desafios derivados de forte e persistente fluxo de capital para alguns países, as ferramentas fiscais devem ser opções melhores para lidar com as pressões de superaquecimento do que os instrumentos monetários."
O Fundo prevê que a região cresça 5,7 por cento neste ano e 4 por cento no próximo.
Entre os destaques, o Brasil e a Argentina devem ter expansão de 7,5 por cento cada. Em julho, o FMI previa para o Brasil crescimento de 7,1 por cento neste ano.
Os riscos para a região vêm principalmente do setor externo. Uma recuperação mais lenta que o esperado nas economias avançadas poderia afetar os preços de commodities, enquanto países com forte presença de bancos estrangeiros poderiam ficar expostos a um canal adicional de contágio, acrescentou o Fundo.
Superaquecimento econômico também é um risco para a América Latina, de acordo com o FMI, "particularmente se a retirada de estímulos demorar mais que o previsto atualmente".
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