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Kiev anuncia acordo de cessar-fogo, mas Rússia nega

Kiev anunciou um acordo de cessar-fogo permanente com Moscou no leste separatista da Ucrânia, o que foi desmentido pela Rússia

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko: gabinete do presidente anunciou acordo (Thierry Charlier/AFP)

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko: gabinete do presidente anunciou acordo (Thierry Charlier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 12h40.

Kiev - Kiev anunciou nesta quarta-feira um acordo de cessar-fogo permanente com Moscou no leste separatista da Ucrânia, o que foi desmentido pela Rússia, que insiste em que não é parte do conflito.

"É muito cedo para dizer o que significa este cessar-fogo", disse o presidente americano Barack Obama na Estônia, país que visita com o objetivo de manifestar o apoio de Washington às repúblicas bálticas preocupadas com a Rússia.

O gabinete do presidente ucraniano Petro Poroshenko informou que ele e o presidente russo, Vladimir Putin, alcançaram o acordo em uma conversa telefônica.

"O presidente ucraniano conversou com o presidente russo sobre um cessar-fogo total (...) Concordaram com um cessar-fogo em Donbass", afirma um comunicado em referência à bacia de mineração do leste da Ucrânia que inclui as regiões de Donetsk e Lugansk, cenários de combates entre o exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia.

"Um acordo foi alcançado sobre as etapas que ajudarão a estabelecer o cessar-fogo permanente", completa o comunicado.

Alguns minutos mais tarde, a Rússia negou a versão e afirmou que apoia o acordo de cessar-fogo, mas que não negociou porque não é parte do conflito armado, iniciado em abril.

"Putin e Poroshenko conversaram de fato sobre os passos que levariam a um cessar-fogo entre os rebeldes e as tropas ucranianas. Mas a Rússia não pode negociar um cessar-fogo, já que não participa no conflito", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov à agência RIA-Novosti.

A Rússia voltou a desmentir assim o envolvimento no conflito ucraniano, apesar das acusações dos países ocidentais e da Otan de que Moscou enviou armamento e mais de 1.000 soldados ao país vizinho.

O conflito provocou mais de 2.600 mortes até o momento e a crise mais grave entre o Ocidente e a Rússia desde o fim da Guerra Fria.

Durante sua visita a Tallin, capital da Estônia, o presidente americano expressou apoio às três repúblicas bálticas, membros da UE e da Otan e inquietas com a atitude da Rússia.

Obama afirmou que a Estônia "nuca estará sozinha" e anunciou novos exercícios militares aéreos conjuntos com Estônia, Letônia e Lituânia.

"Vim aqui para expressar nosso compromisso com a Estônia, um compromisso inquebrantável", afirmou Obama, que destacou a importância do artigo 5 da Aliança, pelo qual os Estados membros devem apoiar um sócio no caso de ataque.

Após a escala em Tallin, Obama participará na quinta-feira e sexta-feira da reunião de cúpula da Otan em Newport, País de Gales.

Segundo o jornal New York Times, a Otan pretende adotar um plano de ação com uma força de 4.000 soldados.

O grupo poderia ser mobilizado em dois dias ante qualquer movimentação militar russa no leste da Europa.

A Rússia advertiu na terça-feira que pretende reagir à "ameaça" representada pelo reforço da presença da Otan perto de suas fronteiras. Também acusou os países ocidentais de contribuir para a escalada na Ucrânia.

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