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Kerry se reúne com chanceler do Irã para superar diferenças

Secretário de Estado norte-americano disse que lacunas importantes precisam ser superadas nas negociações nucleares

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry: "quero enfatizar que não há acordo a esta altura", disse Kerry depois de chegar a Genebra (Jason Reed/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 16h52.

Genebra - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry , disse nesta sexta-feira que lacunas importantes precisam ser superadas nas negociações nucleares com o Irã , e ele se reuniu com o chanceler iraniano para buscar um acordo provisório.

"Quero enfatizar que não há acordo a esta altura", disse Kerry logo depois de chegar a Genebra, moderando a expectativa de uma solução para o impasse que se prolonga há uma década.

"Esperamos tentar estreitar essas diferenças, mas não acho que ninguém deva se enganar, pois há algumas lacunas importantes que precisam ser fechadas", disse ele a jornalistas.

O Irã descreveu logo depois uma divergência importante, quando um membro de sua equipe de negociação, Majid Takt-Ravanchi, disse à agência de notícias Mehr que as sanções petrolíferas e bancárias impostas ao Irã deverão ser atenuadas já em uma primeira fase de qualquer acordo.

As potências mundiais envolvidas nas negociações ofereceram ao Irã um acesso de até 50 bilhões de dólares a verbas congeladas no exterior há anos, mas descartaram uma diluição mais ampla das sanções no princípio da execução do acordo.

Potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares e, por isso, a comunidade internacional impôs punições à República Islâmica, que insiste no caráter pacífico das suas atividades.

Em junho, o Irã elegeu um político moderado como presidente, o que abriu as portas para a retomada do diálogo, agora em sua segunda rodada, com EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha. Diplomatas alertam, no entanto, que um eventual avanço marcará apenas o primeiro passo na solução da questão.


Mas a mera presença de Kerry e de seus colegas ministros de Relações Exteriores da França, Grã-Bretanha e Alemanha já sinaliza que um acordo pode estar mais próximo.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, se juntará às negociações no sábado, disseram diplomatas, sinalizando que as negociações inicialmente programadas para 7 e 8 de novembro irão se estender para um terceiro dia.

Kerry adiou visitas à Argélia e a Marrocos para viajar à Suíça e iniciou uma reunião trilateral com o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, e com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton.

Um funcionário graduado do Departamento de Estado disse que Kerry está comprometido em fazer "qualquer coisa que puder" para superar as divergências com o Irã. Antes de chegar a Genebra, ele esteve em Israel, onde se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contrário à negociação com o Irã.

Netanyahu advertiu Kerry e seus homólogos europeus de que o Irã obteria "o negócio do século" se o Ocidente fizesse propostas para conceder um alívio temporário e limitado das sanções em troca de uma suspensão parcial e a não-expansão de seu programa de enriquecimento de urânio para a produção de combustível nuclear.

"Israel rejeita totalmente isso e o que eu estou dizendo é compartilhado por muitos na região, mesmo que não expressem publicamente", disse Netanyahu a repórteres.

A Casa Branca respondeu dizendo que era "prematuro" criticar o que estava sendo deliberado em Genebra.

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Genebra - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry , disse nesta sexta-feira que lacunas importantes precisam ser superadas nas negociações nucleares com o Irã , e ele se reuniu com o chanceler iraniano para buscar um acordo provisório.

"Quero enfatizar que não há acordo a esta altura", disse Kerry logo depois de chegar a Genebra, moderando a expectativa de uma solução para o impasse que se prolonga há uma década.

"Esperamos tentar estreitar essas diferenças, mas não acho que ninguém deva se enganar, pois há algumas lacunas importantes que precisam ser fechadas", disse ele a jornalistas.

O Irã descreveu logo depois uma divergência importante, quando um membro de sua equipe de negociação, Majid Takt-Ravanchi, disse à agência de notícias Mehr que as sanções petrolíferas e bancárias impostas ao Irã deverão ser atenuadas já em uma primeira fase de qualquer acordo.

As potências mundiais envolvidas nas negociações ofereceram ao Irã um acesso de até 50 bilhões de dólares a verbas congeladas no exterior há anos, mas descartaram uma diluição mais ampla das sanções no princípio da execução do acordo.

Potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares e, por isso, a comunidade internacional impôs punições à República Islâmica, que insiste no caráter pacífico das suas atividades.

Em junho, o Irã elegeu um político moderado como presidente, o que abriu as portas para a retomada do diálogo, agora em sua segunda rodada, com EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha. Diplomatas alertam, no entanto, que um eventual avanço marcará apenas o primeiro passo na solução da questão.


Mas a mera presença de Kerry e de seus colegas ministros de Relações Exteriores da França, Grã-Bretanha e Alemanha já sinaliza que um acordo pode estar mais próximo.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, se juntará às negociações no sábado, disseram diplomatas, sinalizando que as negociações inicialmente programadas para 7 e 8 de novembro irão se estender para um terceiro dia.

Kerry adiou visitas à Argélia e a Marrocos para viajar à Suíça e iniciou uma reunião trilateral com o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, e com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton.

Um funcionário graduado do Departamento de Estado disse que Kerry está comprometido em fazer "qualquer coisa que puder" para superar as divergências com o Irã. Antes de chegar a Genebra, ele esteve em Israel, onde se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contrário à negociação com o Irã.

Netanyahu advertiu Kerry e seus homólogos europeus de que o Irã obteria "o negócio do século" se o Ocidente fizesse propostas para conceder um alívio temporário e limitado das sanções em troca de uma suspensão parcial e a não-expansão de seu programa de enriquecimento de urânio para a produção de combustível nuclear.

"Israel rejeita totalmente isso e o que eu estou dizendo é compartilhado por muitos na região, mesmo que não expressem publicamente", disse Netanyahu a repórteres.

A Casa Branca respondeu dizendo que era "prematuro" criticar o que estava sendo deliberado em Genebra.

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