Exame Logo

Kamala Harris anuncia plano contra inflação que pretende pressionar corporações e controlar preços

Democrata também detalhou medidas para estimular compra de casas e baixar preços de medicamentos

A vice-presidente Kamala Harris, ao chegar para discurso em Raleigh, Carolina do Norte (Grant Baldwin/AFP)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 16 de agosto de 2024 às 16h18.

Última atualização em 16 de agosto de 2024 às 19h05.

Chicago - Kamala Harris, candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, fez um discurso nesta sexta, 16, para detalhar suas propostas para conter a inflação.

O plano tem vários eixos, como medidas para reduzir gastos com habitação, compras de supermercado, despesas com saúde e com crianças.e

Veja também

Parte das propostas, no entanto, passa por ampliar a pressão contra empresas, que estariam tendo "lucros elevados" em áreas como habitação e comida.

Em moradia, por exemplo, Kamala quer reduzir o poder de grandes corporações que possuem muitas casas para alugar em uma mesma região e, assim, têm maior poder para definir preços.

"Vamos garantir que as casas possam ir de fato para a classe média e trabalhadora, e não só investidores. Algumas corporações de locadores compram centenas de casas e apartamentos, colocam para alugar a preços extremamente altos. Eles se unem para colocar preços extremamente altos, muitas vezes usando algoritmos. É anti-competitivo. Vou lutar por uma lei para acabar com essas práticas", disse Kamala no discurso, feito na Carolina do Norte.

Em compras de supermercado, um dos itens que mais pressionam a inflação no país, a vice pretende aumentar a pressão sobre os fornecedores e criar um veto federal à empresas que cobrem preços excessivos por alimentos, além de rever e vetar fusões de fabricantes de comida.

"Os preços subiram durante a pandemia, quando as cadeias de suprimento falharam, mas elas melhoraram e os preços seguem muito altos. Um pacote de pão custa 50% a mais hoje do que antes da pandemia. Muitas grandes empresas de alimentos estão tendo seus maiores lucros em duas décadas. Muitos negócios não estão jogando pelas regras, e vamos tomar ações contra eles", disse a democrata.

Kamala disse que quando foi procuradora da Califórnia processou empresas que inflavam preços artificialmente, e que teria conseguido recuperar mais de US$ 1 bilhão para os consumidores.

Preparativos para a Convenção Democrata

Trump acusa Kamala de comunismo

A campanha de Donald Trump critica as medidas de Kamala, e tem chamado ela de "comunista", por tentar definir os preços dos produtos e interferir na competição entre as empresas.

"Kamala quer impor controles de preços comunistas. Isso gera racionamento, fome. Ela está usando um plano de [Nicolás] Maduro. É algo da Venezuela, da União Soviética", disse Trump, em comício na quinta, 15.

Na TV Fox News, a cobertura tem buscado associar Kamala ao comunismo e ressaltar que controles de preços geram revolta e abastecimento e que não funcionam.

Este foi o primeiro discurso de campanha em que a candidata detalhou mais de suas propostas, e foi feito antes da Convenção Democrata, que começa na segunda, 19. Durante o evento, espera-se que os democratas detalhem mais das propostas para esta eleição.

Kamala assumiu a candidatura em 21 de julho e é cobrada por ainda não ter deixado claro suas propostas, bem como sobre quais serão as diferenças entre os planos dela e de Joe Biden, atual presidente e que desistiu da reeleição no meio da campanha.

Veja a seguir uma lista das propostas de Kamala:

Planos de Kamala para a habitação

Planos de Kamala para gastos com remédios

Planos de Kamala para baixar preços nos supermercados

Planos de Kamala para famílias com crianças

Acompanhe tudo sobre:Kamala HarrisEleições EUA 2024

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame