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Justiça prende 3 palestinos por criticarem o governo no Facebook

Recentemente, as autoridades palestinas foram reprovadas por lançar uma campanha contra pessoas críticas ao governo nas redes sociais

Facebook: um deles foi acusado de "discurso ofensivo contra o presidente palestino" (./Divulgação)
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EFE

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 10h48.

Jerusalém - As autoridades palestinas na Cisjordânia prenderam três cidadãos civis por fazer comentários e publicar conteúdo crítico ao governo no Facebook , denunciou nesta quinta-feira o Centro Palestino de Direitos Humanos (PCHR).

De acordo com a organização, os detidos são Nedal Mahmoud Ashmer, de Hebron e que trabalha como fotógrafo para a agência "Ramsat"; Amir Mustafa Dawoud, de Beit Daqo; e Nizar Khalil Banat, também de Hebron.

Ashmer, que depois de sete dias ainda permanece preso aguardando julgamento, foi acusado de "discurso ofensivo contra o presidente palestino", Mahmoud Abbas. Dawoud, por sua vez, foi detido depois de postar um vídeo com sua avó criticando a presença de Abbas ao funeral do ex-presidente israelense, Shimon Peres, mas depois foi liberado com a condição de voltar a se apresentar as autoridades. Banat também fez uma postagem crítica, passou cinco dias na cadeia e depois foi solto.

"Estes incidentes são parte de um uso arbitrário da lei, no qual os formadores de opinião são convocados e, geralmente presos durante a investigação sem qualquer justificação objetiva", criticou o PCHR em comunicado.

A organização enfatizou que "a liberdade de expressão deve ser respeitada e o Código Penal deve ser rigorosamente aplicado". A entidade pediu ainda ao procurador-geral e ao sistema judiciário que não detenham jornalistas pendentes de investigação.

"PCHR manifesta a sua profunda preocupação com o uso excessivo de lei para suprimir liberdades e degradar a dignidade dos civis", disse a organização, ressaltando que qualquer pessoa pode abrir processo de compensação contra as autoridades públicas no caso de detenção ilegal ou uso indevido da autoridade de poder.

Recentemente, as autoridades palestinas foram reprovadas por lançar uma campanha contra pessoas críticas ao governo nas redes sociais.

Na semana passada, um integrante do departamento palestino encarregado da coordenação de segurança com Israel, Osama Mansour, foi condenado a um ano de prisão por escrever um comentário no Facebook no qual também criticava a presença de Abbas no sepultamento de Peres.

Durante o funeral, o presidente palestino deu um aperto de mão no primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, uma imagem que percorreu como a pólvora as redes palestinas e gerou grande rejeição.

Em agosto deste ano, a organização internacional Human Rights Watch publicou um relatório denunciando detenções, abusos e acusações a jornalistas críticos das autoridades tanto na Cisjordânia ocupada quanto em Gaza.

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