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Justiça autoriza homenagem a Pinochet e grupos vão protestar

Grupos de direitos humanos repudiam a homenagem e vão tentar evitar o ato público

Partidários de Augusto Pinochet exibem uma foto do ex-ditador chileno, no segundo aniversário de sua morte, em 2008 (Claudio Santana/AFP)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 18h17.

Santiago - A Justiça chilena rejeitou nesta sexta-feira um recurso judicial apresentado por órgãos de defesa dos direitos humanos para proibir um ato em homenagem ao ex-ditador Augusto Pinochet programado para este domingo, ao qual grupos de direitos humanos pediram o repúdio.

O recurso judicial havia sido apresentado esta semana pelo Grupo de Familiares de Presos-Desaparecidos (AFDD), para evitar o ato, que acontecerá em um teatro do centro de Santiago e inclui a exibição do vídeo "Pinochet".

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"Mais uma vez, o Poder Judiciário está do lado dos que violam os direitos humanos", protestou a presidente do AFDD, Lorena Pizarro.

A resolução foi aprovada pela Corte de Apelações de Santiago, que considerou improcedente impedir o evento, uma vez que o mesmo será realizado em um local privado. O governo assinalou que, embora não concorde com o motivo do ato, o direito de reunião deve ser respeitado.

Organizado pela Corporação 11 de Setembro, cujo nome lembra o dia do golpe de Estado de 1973 contra o governo do presidente socialista Salvador Allende, o ato foi convocado para as 11h locais deste domingo.

Os organizadores esperam reunir 4 mil pessoas, que terão comprado ingressos no valor de 10 a 30 dólares. "Estamos obstinados em que se reivindique o que foi o governo das Forças Armadas e a memória do general Pinochet", disse o general reformado Juan González, presidente da Corporação.

Paralelamente, grupos de direitos humanos convocaram para esse dia um protesto nos arredores do teatro, enquanto, nas redes sociais, multiplicam-se os chamados pelo comparecimento ao teatro, para repudiar a figura do ex-ditador.

"Não podemos permitir que se siga exaltando a figura de Pinochet e desvirtuando a História. Pinochet e seus cúmplices foram assassinos e torturadores de milhares de pessoas, e disso não iremos esquecer", disse Ximena Arriaza, da Corporação de Promoção e Defesa dos Direitos do Povo (Codepu).

O governo montará uma operação especial nas imediações do teatro, localizado a poucas quadras do palácio presidencial chileno.

Pinochet morreu em 2006, aos 91 anos, sem ser condenado pelas mais de 3 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos, deixadas por seu regime, encerrado em 11 de março de 1990.

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