Junta Militar reconhece violações de direitos humanos no Egito
Os militares afirmaram ainda que irão garantir a segurança das eleições legislativas que devem começar na próxima segunda-feira
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 11h05.
Cairo - A Junta Militar do Egito afirmou nesta quinta-feira que garantirá a segurança do pleito legislativo que começa na próxima segunda-feira e admitiu que a Polícia cometeu violações de direitos humanos contra os manifestantes.
O membro do Conselho Supremo das Forças Armadas, general Mohammed Mokhtar el-Mulla, disse em entrevista coletiva para apresentar o processo parlamentar que o país está preparado para celebrar o pleito.
'Ocorreram muitas violações', reconheceu o general, em alusão aos conflitos que desde sábado imperam no Cairo e outras cidades do Egito entre as forças de segurança e os manifestantes, com saldo de 33 mortos e milhares de feridos.
Mokhtar el-Mulla negou, no entanto, que a Polícia usou munição real contra as manifestantes na Praça Tahrir e nos arredores, apesar de o Ministério da Saúde ter confirmado na quarta que algumas vítimas tinham sido feridas à bala.
'Egito não é Tahrir, tampouco a rua Mohammed Mahmoud', revelou o representante da Junta Militar, em referência aos milhares de manifestantes que pedem na praça e nas ruas próximas a renúncia dos militares do poder.
Pouco depois, no entanto, Mokhtar el-Mulla ressaltou que na Praça Tahrir, epicentro da revolução que obrigou a renúncia em 11 de fevereiro do presidente Hosni Mubarak, 'há jovens patriotas egípcios que tiveram e terão um papel importante', mas admitiu que é possível sentir 'a queda de braço que existe nas ruas'.
'Em princípio, a Polícia perseguiu com gás lacrimogêneo e cassetetes pessoas que atacaram o Ministério, depois foram para a Praça Tahrir e aquilo foi uma violação', admitiu o general, quem demonstrou esperança em que os manifestantes permitam que as eleições ocorram com sucesso.
Outro general presente na conferência, Mamduh Shahin, enfatizou que o pleito não será adiado, como disse dois dias atrás o chefe da Junta Militar, marechal Hussein Tantawi, em discurso pela TV. 'É nossa última palavra', destacou Shahin.
Durante a entrevista coletiva, Mokhtar el-Mulla assinalou que a Polícia não está atacando os manifestantes neste momento no centro do Cairo, mas sim protegendo a sede do Ministério do Interior 'das tentativas de ataque'.
Por último, o alto comando militar reafirmou a possibilidade de fazer um plebiscito popular para consultar se a população quer que a Junta Militar entregue o poder de forma imediata, como sugeriu Tantawi, mas não deu detalhes a respeito e somente respondeu com ambiguidades as perguntas dos jornalistas sobre essa questão.
O presidente da comissão eleitoral encarregada de preparar o pleito, Abdel Muiz Ibrahim, reafirmou que não haverá observadores internacionais sob o argumento de que 'o povo egípcio não precisa'.
Cairo - A Junta Militar do Egito afirmou nesta quinta-feira que garantirá a segurança do pleito legislativo que começa na próxima segunda-feira e admitiu que a Polícia cometeu violações de direitos humanos contra os manifestantes.
O membro do Conselho Supremo das Forças Armadas, general Mohammed Mokhtar el-Mulla, disse em entrevista coletiva para apresentar o processo parlamentar que o país está preparado para celebrar o pleito.
'Ocorreram muitas violações', reconheceu o general, em alusão aos conflitos que desde sábado imperam no Cairo e outras cidades do Egito entre as forças de segurança e os manifestantes, com saldo de 33 mortos e milhares de feridos.
Mokhtar el-Mulla negou, no entanto, que a Polícia usou munição real contra as manifestantes na Praça Tahrir e nos arredores, apesar de o Ministério da Saúde ter confirmado na quarta que algumas vítimas tinham sido feridas à bala.
'Egito não é Tahrir, tampouco a rua Mohammed Mahmoud', revelou o representante da Junta Militar, em referência aos milhares de manifestantes que pedem na praça e nas ruas próximas a renúncia dos militares do poder.
Pouco depois, no entanto, Mokhtar el-Mulla ressaltou que na Praça Tahrir, epicentro da revolução que obrigou a renúncia em 11 de fevereiro do presidente Hosni Mubarak, 'há jovens patriotas egípcios que tiveram e terão um papel importante', mas admitiu que é possível sentir 'a queda de braço que existe nas ruas'.
'Em princípio, a Polícia perseguiu com gás lacrimogêneo e cassetetes pessoas que atacaram o Ministério, depois foram para a Praça Tahrir e aquilo foi uma violação', admitiu o general, quem demonstrou esperança em que os manifestantes permitam que as eleições ocorram com sucesso.
Outro general presente na conferência, Mamduh Shahin, enfatizou que o pleito não será adiado, como disse dois dias atrás o chefe da Junta Militar, marechal Hussein Tantawi, em discurso pela TV. 'É nossa última palavra', destacou Shahin.
Durante a entrevista coletiva, Mokhtar el-Mulla assinalou que a Polícia não está atacando os manifestantes neste momento no centro do Cairo, mas sim protegendo a sede do Ministério do Interior 'das tentativas de ataque'.
Por último, o alto comando militar reafirmou a possibilidade de fazer um plebiscito popular para consultar se a população quer que a Junta Militar entregue o poder de forma imediata, como sugeriu Tantawi, mas não deu detalhes a respeito e somente respondeu com ambiguidades as perguntas dos jornalistas sobre essa questão.
O presidente da comissão eleitoral encarregada de preparar o pleito, Abdel Muiz Ibrahim, reafirmou que não haverá observadores internacionais sob o argumento de que 'o povo egípcio não precisa'.