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Julgamento de Marin nos EUA deve definir futuro de Del Nero

Especialistas ouvidos pelo Estado apontam que os dois casos estão interligados

José Maria Marin: trabalhos serão retomados nesta segunda, mas não existe uma previsão sobre a data de divulgação do veredicto (REUTERS/Sergio Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 08h18.

São Paulo - Uma eventual condenação dos dirigentes José Maria Marin, Juan Angel Napout e Manuel Burga no julgamento que está sendo realizado em Nova York pode influenciar a Fifa a também condenar Marco Polo del Nero, presidente da CBF, suspenso pelo Comitê de Ética da entidade por 90 dias na sexta-feira. Especialistas ouvidos pelo Estado apontam que os dois casos estão interligados.

"O julgamento a que estão sendo submetidos Marin, Naput e Burga nos EUA e as provas que foram ali apresentadas nas últimas semanas tiveram impacto decisivo na suspensão de Del Nero. Uma condenação dessas três pessoas no processo americano tende a respaldar fortemente uma possível sentença condenatória do Comitê de Ética da Fifa contra o Marco Polo del Nero", opinou o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em Direito Desportivo Internacional.

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Na sexta-feira, na Corte do Distrito Leste de Nova York, jurados iniciaram as deliberações para definir o futuro dos dirigentes.

Os trabalhos serão retomados nesta segunda, mas não existe uma previsão sobre a data de divulgação do veredicto. Os advogados acreditam em uma definição até o fim desta semana.

Marin responde a sete acusações de conspiração em esquema internacional de corrupção feitas pelos promotores do governo dos Estados Unidos, sendo três delas relativas a lavagem de dinheiro. "Acredito em uma influência direta do julgamento de Nova York na suspensão de Del Nero e em todos os outros casos. Ele vai definir um parâmetro", defende o advogado Carlos Eduardo Ambiel.

Recurso

Paralelamente, Marco Polo del Nero tem até terça-feira para apresentar um recurso no Comitê de Apelação da Fifa contra sua suspensão. Ele não precisará viajar até a Suíça para se defender.

Desde 2015, o dirigente evita sair do Brasil com receio de ser preso pelas autoridades norte-americanas.

O recurso, no entanto, não tem efeito suspensivo, ou seja, ele continuará fora da CBF, e as investigações vão continuar. Del Nero divulgou nota em que desafia "qualquer pessoa, entidade, órgão de imprensa, investigador a comprovar que ele tenha recebido dinheiro ilegal."

Para voltar ao cargo na CBF, o dirigente teria de reverter a suspensão mediante um recurso no Comitê de Apelação da Fifa ou na Corte Arbitral do Esporte. Ou ainda ser absolvido na decisão de mérito do processo.

A definição da situação de Del Nero deve ocorrer antes da Copa. "Entendo que não é desejo da Fifa chegar ao Mundial sem haver uma resolução definitiva do caso", opina Carlezzo.

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