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Julgamento contra Hosni Mubarak será retomado em 17 de janeiro

Os advogados de acusação pediram a pena de morte para o ex-presidente egípcio por seu suposto envolvimento na morte de centenas de manifestantes

Mubarak vai a julgamento: além deste caso, o ex-presidente é julgado por um suposto crime de corrupção, pelo qual também estão sendo processados seus filhos (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 13h44.

Cairo - O juiz encarregado do processo contra o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak adiou nesta terça-feira o julgamento para o próximo dia 17 de janeiro, em uma sessão na qual os advogados de acusação pediram a pena de morte para os processados sustentando que o assassinato de manifestantes foi premeditado.

Mubarak, de 83 anos, está sendo processado junto com o ex-ministro do Interior Habib Al Adli e seis de seus assessores por seu suposto envolvimento na morte de centenas de manifestantes que saíram às ruas para pedir sua renúncia, que ocorreu em 11 de fevereiro.

Um dos advogados das vítimas, Ashraf Atwa, explicou à Agência Efe que foi argumentado que Mubarak 'estava ciente dos crimes cometidos nas praças do Egito e não adotou nenhuma medida para freá-los'.

Neste sentido, os representantes das vítimas argumentaram que todos sabiam onde os manifestantes se reuniam e seus motivos, razão pela qual os crimes perpetrados contra eles 'não foram uma casualidade, mas premeditados', segundo relatou Atwa.

Os advogados também mencionaram o depoimento do ex-ministro do Interior Mansour al-Esawi, nomeado após a revolução de 25 de janeiro de 2011, que afirmou que a ordem de disparar contra os manifestantes tinha que ser tomada pelo presidente do país e supervisionada pelo titular desse ministério.

Na audiência, a última dedicada aos advogados das vítimas, também foi denunciado que foram entregues aos policiais armas de fogo para atacar os manifestantes e franco-atiradores foram posicionados nos telhados dos edifícios próximos a praças como Tahrir.


As forças de segurança dispararam contra os manifestantes em áreas vitais do corpo com a intenção de causar sua morte e, além disso, alguns agentes à paisana se infiltraram entre os participantes dos protestos para agredi-los, de acordo com o depoimento dos defensores.

Tudo isso implica Mubarak e Al Adli e, segundo Atwa, torna necessária a aplicação da pena de morte aos acusados, como já pediu a Procuradoria egípcia na semana passada.

Além deste caso, o ex-presidente é julgado por um suposto crime de corrupção, pelo qual também estão sendo processados seus filhos, Gamal e Alaa, e o empresário egípcio Hussein Salem, detido na Espanha.

Quanto a Gamal, os advogados das vítimas solicitaram que seja incluído no processo pelo assassinato de manifestantes e exigiram a recuperação de aproximadamente 75 toneladas de ouro que o filho mais novo de Mubarak enviou ao exterior.

Neste julgamento, batizado no Egito como 'o processo do século', está previsto que até 16 de fevereiro sejam escutados os advogados da defesa, antes de a sentença ser ditada.

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Cairo - O juiz encarregado do processo contra o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak adiou nesta terça-feira o julgamento para o próximo dia 17 de janeiro, em uma sessão na qual os advogados de acusação pediram a pena de morte para os processados sustentando que o assassinato de manifestantes foi premeditado.

Mubarak, de 83 anos, está sendo processado junto com o ex-ministro do Interior Habib Al Adli e seis de seus assessores por seu suposto envolvimento na morte de centenas de manifestantes que saíram às ruas para pedir sua renúncia, que ocorreu em 11 de fevereiro.

Um dos advogados das vítimas, Ashraf Atwa, explicou à Agência Efe que foi argumentado que Mubarak 'estava ciente dos crimes cometidos nas praças do Egito e não adotou nenhuma medida para freá-los'.

Neste sentido, os representantes das vítimas argumentaram que todos sabiam onde os manifestantes se reuniam e seus motivos, razão pela qual os crimes perpetrados contra eles 'não foram uma casualidade, mas premeditados', segundo relatou Atwa.

Os advogados também mencionaram o depoimento do ex-ministro do Interior Mansour al-Esawi, nomeado após a revolução de 25 de janeiro de 2011, que afirmou que a ordem de disparar contra os manifestantes tinha que ser tomada pelo presidente do país e supervisionada pelo titular desse ministério.

Na audiência, a última dedicada aos advogados das vítimas, também foi denunciado que foram entregues aos policiais armas de fogo para atacar os manifestantes e franco-atiradores foram posicionados nos telhados dos edifícios próximos a praças como Tahrir.


As forças de segurança dispararam contra os manifestantes em áreas vitais do corpo com a intenção de causar sua morte e, além disso, alguns agentes à paisana se infiltraram entre os participantes dos protestos para agredi-los, de acordo com o depoimento dos defensores.

Tudo isso implica Mubarak e Al Adli e, segundo Atwa, torna necessária a aplicação da pena de morte aos acusados, como já pediu a Procuradoria egípcia na semana passada.

Além deste caso, o ex-presidente é julgado por um suposto crime de corrupção, pelo qual também estão sendo processados seus filhos, Gamal e Alaa, e o empresário egípcio Hussein Salem, detido na Espanha.

Quanto a Gamal, os advogados das vítimas solicitaram que seja incluído no processo pelo assassinato de manifestantes e exigiram a recuperação de aproximadamente 75 toneladas de ouro que o filho mais novo de Mubarak enviou ao exterior.

Neste julgamento, batizado no Egito como 'o processo do século', está previsto que até 16 de fevereiro sejam escutados os advogados da defesa, antes de a sentença ser ditada.

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