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Jovem que viajou com amigas para a Síria estaria morta

Kadiza Sultana era uma das jovens britânicas que se juntaram ao EI em 2015. Ela havia desistido de fugir da Síria depois da morte de adolescente austríaca

Shamima Begun, Amira Abase e Kadiza Sultana: trio deixou o Reino Unido em 2015 para se juntar ao EI (Metropolitan Police/Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 11h26.

São Paulo – A adolescente britânica Kadiza Sultana, de 16 anos, morreu durante um bombardeio em Raqqa, Síria, cidade que se tornou a capital informal do autoproclamado califado do grupo Estado Islâmico (EI).

A informação foi divulgada nesta manhã pela rede de notícias ITV News. De acordo com o veículo, que conversou com a irmã de Kadiza, Halima Khanom, a morte da adolescente teria acontecido há algumas semanas, muito possivelmente em decorrência de ataques aéreos realizados pela Rússia na região.

No início do ano passado, ela e duas amigas da mesma idade fugiram de Londres para se juntar ao EI na Síria . O trio logo se tornou um dos exemplos mais famosos da ameaça que recrutadores do grupo representam para os jovens em todo o mundo e os perigos da radicalização.

As meninas foram primeiro consideradas desaparecidas, mas dias depois foram vistas pela última vez em câmeras de segurança de um terminal rodoviário na Turquia , momentos antes de conseguirem cruzar a fronteira com o território sírio. Desde então, a família de Kadiza vinha tentando arquitetar a sua fuga de Raqqa a seu pedido.

Telefonemas entre a jovem na Síria e sua irmã foram registrados pela ITV News. Em um deles, Kadiza dizia que tinha um mau pressentimento e que estava assustada. Segundo Halima, o plano era tentar fugir via táxi. “Se algo der errado, acabou. Nunca mais estarei com você”, lamentou a menina. Ao ser perguntada sobre as chances de escapar, Kadiza disse apenas “zero. ”

Fuga

As três meninas deixaram Londres em fevereiro em 2015, depois de terem notícias de uma colega que havia se juntado ao grupo na Síria. Dias depois do desaparecimento do trio, foi encontrada uma lista de itens na casa de uma delas que foram levados na viagem. Entre eles, maquiagem, aparelho depilador e roupa íntima.

Ao todo, a viagem custou cerca de 3 mil dólares. Acredita-se que todas tenham se casado com militantes do grupo no momento em que chegaram na Síria. O marido de Kadiza seria um americano de origem somali morto em combate no ano passado.

Recrutamento

Na ocasião da fuga, suspeitou-se que a recrutadora que teria convencido as meninas de realizar a viagem seria a escocesa Aqsa Mahmood, que era dona de um blog no qual vendia ilusões sobre a vida na Síria do Estado Islâmico.

Aqsa deixou seu país em 2014 e vive na Síria desde então, onde se casou com um jihadista e se tornou a líder de uma força policial feminina, a Al-Khansaa, responsável pela fiscalização das ruas de Raqqa.

De acordo com Lina Khatib, pesquisadora do instituto Centro Carnegie para o Oriente Médio em Beirute, no Líbano, em entrevista à agência de notícias AFP, o EI vende uma ideia utópica do islã. Com a ajuda das redes sociais, consegue atingir um grande número de jovens ávidos por aventuras. Ao se depararem com a realidade, no entanto, tentam fugir, mas muitas vezes é tarde demais.

Outra história trágica de enredo similar ao de Kadiza é a de Samra Kesinovic, uma jovem austríaca de 17 anos que virou uma espécie de símbolo das noivas jihadistas. Ela deixou casa em Viena em 2015 para a Síria, onde teria virado escrava sexual e oferecida para novos militantes recém-chegados.

Ao tentar escapar dos horrores que vivia e testemunhava, foi morta espancada ao ser pega tentando escapar e voltar à Áustria. Segundo a ITV, foi depois de saber o que havia acontecido com Samra que Kadiza desistiu de fugir.

São Paulo – A adolescente britânica Kadiza Sultana, de 16 anos, morreu durante um bombardeio em Raqqa, Síria, cidade que se tornou a capital informal do autoproclamado califado do grupo Estado Islâmico (EI).

A informação foi divulgada nesta manhã pela rede de notícias ITV News. De acordo com o veículo, que conversou com a irmã de Kadiza, Halima Khanom, a morte da adolescente teria acontecido há algumas semanas, muito possivelmente em decorrência de ataques aéreos realizados pela Rússia na região.

No início do ano passado, ela e duas amigas da mesma idade fugiram de Londres para se juntar ao EI na Síria . O trio logo se tornou um dos exemplos mais famosos da ameaça que recrutadores do grupo representam para os jovens em todo o mundo e os perigos da radicalização.

As meninas foram primeiro consideradas desaparecidas, mas dias depois foram vistas pela última vez em câmeras de segurança de um terminal rodoviário na Turquia , momentos antes de conseguirem cruzar a fronteira com o território sírio. Desde então, a família de Kadiza vinha tentando arquitetar a sua fuga de Raqqa a seu pedido.

Telefonemas entre a jovem na Síria e sua irmã foram registrados pela ITV News. Em um deles, Kadiza dizia que tinha um mau pressentimento e que estava assustada. Segundo Halima, o plano era tentar fugir via táxi. “Se algo der errado, acabou. Nunca mais estarei com você”, lamentou a menina. Ao ser perguntada sobre as chances de escapar, Kadiza disse apenas “zero. ”

Fuga

As três meninas deixaram Londres em fevereiro em 2015, depois de terem notícias de uma colega que havia se juntado ao grupo na Síria. Dias depois do desaparecimento do trio, foi encontrada uma lista de itens na casa de uma delas que foram levados na viagem. Entre eles, maquiagem, aparelho depilador e roupa íntima.

Ao todo, a viagem custou cerca de 3 mil dólares. Acredita-se que todas tenham se casado com militantes do grupo no momento em que chegaram na Síria. O marido de Kadiza seria um americano de origem somali morto em combate no ano passado.

Recrutamento

Na ocasião da fuga, suspeitou-se que a recrutadora que teria convencido as meninas de realizar a viagem seria a escocesa Aqsa Mahmood, que era dona de um blog no qual vendia ilusões sobre a vida na Síria do Estado Islâmico.

Aqsa deixou seu país em 2014 e vive na Síria desde então, onde se casou com um jihadista e se tornou a líder de uma força policial feminina, a Al-Khansaa, responsável pela fiscalização das ruas de Raqqa.

De acordo com Lina Khatib, pesquisadora do instituto Centro Carnegie para o Oriente Médio em Beirute, no Líbano, em entrevista à agência de notícias AFP, o EI vende uma ideia utópica do islã. Com a ajuda das redes sociais, consegue atingir um grande número de jovens ávidos por aventuras. Ao se depararem com a realidade, no entanto, tentam fugir, mas muitas vezes é tarde demais.

Outra história trágica de enredo similar ao de Kadiza é a de Samra Kesinovic, uma jovem austríaca de 17 anos que virou uma espécie de símbolo das noivas jihadistas. Ela deixou casa em Viena em 2015 para a Síria, onde teria virado escrava sexual e oferecida para novos militantes recém-chegados.

Ao tentar escapar dos horrores que vivia e testemunhava, foi morta espancada ao ser pega tentando escapar e voltar à Áustria. Segundo a ITV, foi depois de saber o que havia acontecido com Samra que Kadiza desistiu de fugir.

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