John Dowd pede demissão após pedir fim da investigação sobre a Rússia
O advogado pessoal de Trump renunciou após ter pedido o fim das investigações sobre interferência russa nas eleições de 2016
EFE
Publicado em 22 de março de 2018 às 15h25.
Última atualização em 22 de março de 2018 às 15h31.
Washington - John Dowd, o advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , se demitiu nesta quinta-feira, poucos dias depois de ter pedido o fim da investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições americanas, segundo informou o jornal "The Washington Post".
Dowd era o advogado pessoal do magnata e sua renúncia se deve supostamente a uma série de mudanças na equipe jurídica de Trump com objetivo de lidar com a investigação sobre a suposta ingerência do Kremlin no pleito presidencial de 2016.
"Gosto do presidente e o desejo o bem", disse Dowd em e-mail ao qual teve acesso "The Washington Post". A mensagem indica que a decisão é de mútuo acordo entre as duas partes porque Trump teria perdido a confiança nele e Dowd não estaria de acordo com as estratégias em relação à investigação.
O advogado e porta-voz da equipe jurídica do magnata, Jay Sekulow, explicou ao jornal que o advogado "foi uma parte muito importante da equipe e um amigo" e acrescentou que "continuarão cooperando" com o procurador especial do caso russo, Robert Mueller.
A renúncia ocorre depois de Trump contratar novos advogados para a equipe jurídica e após o próprio Dowd ter feito declarações polêmicas sobre as investigações de Mueller.
"Diga para que o vice-procurador-geral (dos Estados Unidos, Rod) Rosenstein siga o brilhante e valente exemplo do Escritório de Responsabilidade Profissional do FBI e do procurador-geral, Jeff Sessions, e ponha fim à investigação da suposta conspiração comq a Rússia", disse Dowd ao jornal digital "The Daily Beast".
Dowd se referiu assim à investigação liderada por Mueller desde maio de 2017, sobre os possíveis laços entre membros da campanha do presidente americano e o governo russo, o qual as agências de inteligência dos EUA acusam de interferir nas eleições de 2016.
O cargo de procurador especial é independente do governo, de modo a manter neutralidade na investigação. Até o momento, Mueller acusou 13 russos e três empresas russas de interferirem no pleito.
Também apresentou acusações contra quatro pessoas relacionadas com o atual líder americano: o ex-chefe de campanha, Paul Manafort; o "número dois", Rick Gates; o ex-assessor de segurança na Casa Branca Michael Flynn, e outro ex-assessor, George Papadopoulos, que trabalhou para o magnata durante as eleições.