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Israel permite que familiares de integrantes do Hamas saiam de Gaza

De acordo com uma ONG israelense, Israel tinha negado os pedidos de saída de mulheres que são familiares de primeiro grau de integrantes do Hamas

Gaza: a Suprema Corte disse que negar permissão de tratamento médico para esses doentes é ineficaz e ilegal (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Gaza: a Suprema Corte disse que negar permissão de tratamento médico para esses doentes é ineficaz e ilegal (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 12h20.

Jerusalém - A Suprema Corte de Israel se posicionou contra a decisão do Gabinete de Segurança do país de não deixar que pacientes que necessitam de tratamento médico urgente fora da Faixa de Gaza deixem o território se são familiares de primeiro grau de integrantes do Hamas, e permitiu a saída de cinco mulheres, a maioria delas com câncer.

A Suprema Corte disse que negar permissão de tratamento médico para esses doentes é "ineficaz e ilegal", informou a ONG israelense de defesa da liberdade de movimento Gisha, que apresentou um recurso em julho, junto com outras três organizações, em nome de sete mulheres gravemente doentes que deviam ser atendidas em hospitais de Jerusalém Oriental.

A organização contou que Israel "tinha negado suas solicitações de permissões de saída porque (as mulheres) eram familiares de primeiro grau de integrantes do Hamas" e assinalou que tal negativa se baseava em uma decisão do Gabinete de Segurança de 2017 que estabelece "medidas operativas severas para influenciar o Hamas a respeito da devolução de pessoas capturadas e desaparecidas".

Segundo o comunicado da ONG, o Estado tinha confirmado que tais pacientes não apresentavam perigo para Israel.

"Ignorar isso (que não foi eficaz) e basear a decisão na atividade proibida de um familiar, sem sugestões de que a própria paciente esteja envolvida e, inclusive, tenha conhecimento da atividade, vai contra os princípios com os quais estamos comprometidos", concluiu o juiz Justice Fogelman.

Duas das mulheres tinham sido identificadas erroneamente como familiares de islamitas, por isso Israel aceitou dar permissão a elas quando foi apresentado o recurso, e as outras cinco poderão sair agora graças à resolução.

As organizações de direitos humanos louvaram a decisão, mas lamentaram o fato de que três juízes do Supremo "tivessem que desautorizar uma medida que, desde o princípio, era claramente cruel e ilegal".

"A política israelense que impediu que palestinos gravemente doentes obtivessem tratamento médico necessário para salvar vidas marca um novo e vergonhoso mínimo quanto ao castigo coletivo de Israel sobre os residentes em Gaza. Esta medida é imoral e viola as normas internacionais de direitos humanos", criticaram as ONGs.

Israel, que assim como os EUA e a União Europeia considera o Hamas uma organização terrorista, mantém um bloqueio por terra, mar e ar sobre o enclave litorâneo desde que os islamitas assumiram seu controle pela força em 2007.

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