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Israel pede fim de investigação da ONU sobre Gaza

Israel convocou as Nações Unidas a abandonar a investigação sobre a recente guerra na Faixa de Gaza, depois que o encarregado pela investigação renunciou

Palestinos choram ao verem o resgate do corpo de uma criança de escombros após um ataque no sul da Faixa de Gaza (Said Jatib/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 20h06.

Israel convocou nesta terça-feira as Nações Unidas a abandonar a investigação sobre a recente guerra na Faixa de Gaza , depois que o encarregado pela investigação renunciou devido a acusações israelenses de que havia um conflito de interesses.

O canadense William Schabas apresentou sua renúncia na segunda-feira após as queixas de Israel sobre um parecer jurídico que este especialista legal teria redigido para a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em outubro de 2012, informaram as Nações Unidas.

Em sua carta de renúncia, Schabas negou categoricamente as acusações israelenses de ser pró-palestino e disse que renunciava para evitar que a investigação, encomendada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, fosse comprometida.

"Nestas circunstâncias e com grande pesar, acredito que o melhor serviço que posso fazer ao importante trabalho da Comissão é renunciar com efeito imediato", escreveu.

O presidente do Conselho de Direitos Humanos, Joachim Rucker, aceitou sua renúncia e disse que "desta maneira é evitado um aparente conflito de interesses" e "preservada a integridade do processo", segundo seu porta-voz, Rolando Gómez.

Para substituir Schabas, a organização da ONU anunciou nesta terça-feira a nomeação de Mary McGowan, um dos membros da comissão.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aproveitou a saída de Schabas para pedir o abandono de toda a investigação do Conselho de Direitos Humanos, classificado por ele de comissão parcial e anti-israelense.

"Este é o mesmo Conselho que em 2014 tomou mais decisões contra Israel que contra Irã, Síria e Coreia do Norte juntos", disse em um comunicado o primeiro-ministro, que busca revalidar seu cargo nas eleições legislativas antecipadas de 17 de março.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, disse que a renúncia de Schabas não mudará nada do resultado da investigação, porque ele foi redigido anteriormente com o objetivo de atacar Israel.

Os palestinos denunciaram, por sua vez, que a renúncia do chefe da comissão de investigação era uma nova tentativa de intimidação de Israel para se manter acima da lei.

Depois de descartar que o verdadeiro motivo da saída fosse o informe jurídico redigido por Schabas para a OLP, uma das líderes desta organização, Hanan Ashrawi, explicou à AFP que a verdadeira razão é que "Israel tem o costume de utilizar tudo o que está ao seu alcance para atacar, difamar e desacreditar os que investigam suas ações para evitar se responsabilizar".

Os palestinos esperam especialmente o resultado desta investigação da ONU no âmbito de sua atual ofensiva diplomática para levar o conflito entre israelenses e palestinos ao Tribunal Penal Internacional, organismo ao qual aderiram recentemente.

Relações tumultuadas

Israel mantém há tempos más relações com este Conselho das Nações Unidas.

Em janeiro de 2012, tornou-se o primeiro país a rejeitar uma revisão periódica de um histórico de direitos humanos. E, dois meses depois, cortou as relações com o Conselho por sua intenção de determinar se as colônias judaicas nos territórios ocupados prejudicavam os direitos dos palestinos.

Em novembro, o governo israelense anunciou sua intenção de não cooperar com a investigação de Schabas, ao denunciar a obsessiva hostilidade contra Israel da Comissão.

Gómez declarou que a Comissão, cujos resultados devem ser apresentados ao conselho no mês que vem, está na fase final de coleta de provas e pediu a nomeação de um novo presidente o mais rápido possível.

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Israel convocou nesta terça-feira as Nações Unidas a abandonar a investigação sobre a recente guerra na Faixa de Gaza , depois que o encarregado pela investigação renunciou devido a acusações israelenses de que havia um conflito de interesses.

O canadense William Schabas apresentou sua renúncia na segunda-feira após as queixas de Israel sobre um parecer jurídico que este especialista legal teria redigido para a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em outubro de 2012, informaram as Nações Unidas.

Em sua carta de renúncia, Schabas negou categoricamente as acusações israelenses de ser pró-palestino e disse que renunciava para evitar que a investigação, encomendada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, fosse comprometida.

"Nestas circunstâncias e com grande pesar, acredito que o melhor serviço que posso fazer ao importante trabalho da Comissão é renunciar com efeito imediato", escreveu.

O presidente do Conselho de Direitos Humanos, Joachim Rucker, aceitou sua renúncia e disse que "desta maneira é evitado um aparente conflito de interesses" e "preservada a integridade do processo", segundo seu porta-voz, Rolando Gómez.

Para substituir Schabas, a organização da ONU anunciou nesta terça-feira a nomeação de Mary McGowan, um dos membros da comissão.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aproveitou a saída de Schabas para pedir o abandono de toda a investigação do Conselho de Direitos Humanos, classificado por ele de comissão parcial e anti-israelense.

"Este é o mesmo Conselho que em 2014 tomou mais decisões contra Israel que contra Irã, Síria e Coreia do Norte juntos", disse em um comunicado o primeiro-ministro, que busca revalidar seu cargo nas eleições legislativas antecipadas de 17 de março.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, disse que a renúncia de Schabas não mudará nada do resultado da investigação, porque ele foi redigido anteriormente com o objetivo de atacar Israel.

Os palestinos denunciaram, por sua vez, que a renúncia do chefe da comissão de investigação era uma nova tentativa de intimidação de Israel para se manter acima da lei.

Depois de descartar que o verdadeiro motivo da saída fosse o informe jurídico redigido por Schabas para a OLP, uma das líderes desta organização, Hanan Ashrawi, explicou à AFP que a verdadeira razão é que "Israel tem o costume de utilizar tudo o que está ao seu alcance para atacar, difamar e desacreditar os que investigam suas ações para evitar se responsabilizar".

Os palestinos esperam especialmente o resultado desta investigação da ONU no âmbito de sua atual ofensiva diplomática para levar o conflito entre israelenses e palestinos ao Tribunal Penal Internacional, organismo ao qual aderiram recentemente.

Relações tumultuadas

Israel mantém há tempos más relações com este Conselho das Nações Unidas.

Em janeiro de 2012, tornou-se o primeiro país a rejeitar uma revisão periódica de um histórico de direitos humanos. E, dois meses depois, cortou as relações com o Conselho por sua intenção de determinar se as colônias judaicas nos territórios ocupados prejudicavam os direitos dos palestinos.

Em novembro, o governo israelense anunciou sua intenção de não cooperar com a investigação de Schabas, ao denunciar a obsessiva hostilidade contra Israel da Comissão.

Gómez declarou que a Comissão, cujos resultados devem ser apresentados ao conselho no mês que vem, está na fase final de coleta de provas e pediu a nomeação de um novo presidente o mais rápido possível.

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