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Irlanda diz que há "risco real" de acordo para o Brexit descumprir prazo

Primeiro-ministro do país destacou necessidade de "progressos significativos" para assinatura de acordo de saída entre Reino Unido e UE em outubro

Irlanda: manter a fronteira irlandesa "invisível" a taxações é um dos gargalos da negociação aduaneira entre o Reino Unidos e a UE (Jussi Ekholm/Thinkstock)
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EFE

Publicado em 2 de maio de 2018 às 18h17.

O primeiro-ministro da Irlanda , Leo Varadkar, alertou nesta quarta-feira que "existe um risco real" de fracasso nas negociações sobre o Brexit , o que impediria a assinatura de um acordo de saída na data limite de outubro entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido.

O político democrata-cristão afirmou que, diante da falta de avanços, esse momento pode chegar com o processo bloqueado, a menos que haja "progressos significativos" na cúpula de junho.

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Varadkar disse acreditar que os "grandes acontecimentos" que ocorrem no Reino Unido e ações da primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, podem facilitar um entendimento entre as partes.

O dirigente irlandês se referia à reunião desta quarta-feira entre May e diversos ministros para abordar as possíveis opções em matéria aduaneira depois que o país sair da UE, em março de 2019.

Segundo informou a emissora "BBC", o ministro de Economia britânico, Philip Hammond, que apoiou a permanência na UE no plebiscito de 23 de junho de 2016, é a favor de uma nova "associação aduaneira", o que permitiria ao Reino Unido cobrar nos seus portos e aeroportos tarifas em nome da UE e passaria uma parte do dinheiro a Bruxelas.

Essa alternativa ajudaria a solucionar o problema da fronteira irlandesa, já que se busca uma maneira de mantê-la invisível entre a província da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, fundamental para as suas economias e o processo de paz.

Embora Londres cogite essas opções, Varadkar reiterou nesta quarta-feira que as partes ainda estão "muito longe do máximo progresso que pode ser alcançado na cúpula de junho".

Entre outros empecilhos está a rejeição de uma ala do Partido Conservador - os chamados "brexiteers" - à "associação alfandegária", pois acreditam que este modelo seria custoso e complexo de ser operado. Isso significaria que o Reino Unido estaria indefinidamente preso dentro das normas alfandegárias da UE, segundo um relatório divulgado pela "BBC".

"A nossa posição e a dos 28 Estados-membros é que avaliaremos os progressos alcançados em junho. E agora existe um risco real de que não cumpriremos a data limite da cúpula de outubro caso não ocorram esses avanços", disse Varadkar no Parlamento de Dublin.

Varadkar também destacou que o governo irlandês tem o apoio dos parceiros a respeito da questão da fronteira. Este assunto é uma das principais dificuldades, especialmente porque o pró-britânico Partido Democrático Unionista norte-irlandês (DUP) é contra que a fronteira alfandegária entre o Reino Unido e a UE seja estabelecida no mar da Irlanda, que separa a ilha da Grã-Bretanha da Irlanda.

Além disso, May depende dos dez deputados do DUP em Londres para governar, depois de perder a maioria absoluta nas eleições gerais britânicas celebradas há quase um ano.

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