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Iranianos votam em eleição que opõe Rouhani a rival linha-dura

Pouco antes de as seções eleitorais fecharem, a televisão estatal noticiou que a votação seria prorrogada em ao menos duas horas, ou até as 20h locais

Hassan Rouhani, que tem 68 anos, assumiu a presidência do Irã quatro anos atrás prometendo abrir o país ao mundo e dar mais liberdade a seus cidadãos (Foto/Reuters)
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Reuters

Publicado em 19 de maio de 2017 às 12h22.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 12h24.

Dubai - Milhões de iranianos formaram filas para votar nesta sexta-feira, sinal de um grande comparecimento em uma eleição presidencial inesperadamente disputada que pode determinar o futuro do ressurgimento ainda em curso do país do isolamento internacional.

Pouco antes de as seções eleitorais fecharem, a televisão estatal noticiou que a votação seria prorrogada em ao menos duas horas, ou até as 20h locais, para dar conta de uma "avalanche de eleitores".

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A votação opõe o atual presidente, Hassan Rouhani, que quer normalizar as relações com o Ocidente, a um juiz linha-dura que diz que Rouhani foi longe demais e vendeu os valores da revolução islâmica do Irã a seus inimigos.

Rouhani, que fechou um acordo com potências mundiais dois anos atrás para conter o programa nuclear iraniano em troca da suspensão da maioria das sanções econômicas, disse que a eleição é importante "para o futuro papel do Irã na região e no mundo".

"Quem quer que vença esta eleição, deveríamos ajudá-lo a cumprir esta tarefa importante e séria", disse antes de votar, segundo a agência estatal de notícias Irna.

Rouhani, que tem 68 anos e assumiu o cargo quatro anos atrás prometendo abrir o país ao mundo e dar mais liberdade a seus cidadãos, está enfrentando um desafio inesperadamente difícil diante de Ebrahim Raisi, um protegido do líder supremo, Ali Khamenei.

Raisi culpou Rouhani por administrar mal a economia e realizou comícios em áreas pobres prometendo benefícios de bem-estar social e empregos.

Acredita-se que ele tem o apoio da poderosa Guarda Revolucionária, além da aprovação tácita de Khamenei, cujos poderes superam aqueles do presidente eleito, mas que normalmente se abstém do dia a dia da política.

"Respeito o desfecho da votação do povo, e o resultado será respeitado por mim e por todo o povo", disse Raisi depois de votar, de acordo com a agência de notícias semioficial Fars.

Durante semanas de campanha, os dois principais candidatos trocaram acusações de corrupção e brutalidade em debates televisionados de uma hostilidade nunca vista. Ambos negam as respectivas acusações.

Cerca de 350 mil membros das forças de segurança foram mobilizados em todo o país para proteger a eleição, relatou a TV estatal. No meio do dia o Ministério do Interior disse que não tinha relatos de irregularidades eleitorais até aquele momento, segundo a TV estatal.

Muitos eleitores pró-reforma ainda são apoiadores pouco entusiasmados de Rouhani, já que estão decepcionados com o ritmo lento das mudanças durante seu primeiro mandato. Mas eles estão preocupados em deter Raisi, que veem como um representante do Estado de segurança no que tem de pior: nos anos 1980 ele foi um dos quatro juízes que condenaram milhares de prisioneiros políticos à morte.

Para os conservadores, a eleição representa uma chance de restaurar os valores da revolução de 1979, que exigem que as autoridades eleitas se subordinem ao clero xiita muçulmano e ao líder supremo.

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