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Irã rompe acordo de 2015 e começa a exceder reservas de urânio

Sem acordo com a União Europeia para a amortização de sanções, o país passará a desobedecer os limites de um tratado nuclear de 2015

Hassan Houhani: nos termos do acordo, o Irã não pode manter uma reserva maior do que 300 quilos de urânio enriquecido (Official President website/Handout/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2019 às 06h26.

Última atualização em 27 de junho de 2019 às 07h07.

O sinal vermelho para um desentendimento nuclear entre o Irã e os Estados Unidos já está aceso há algum tempo, mas nesta quinta-feira, 27, a crise que envolve o enriquecimento de urânio da república Islâmica deve ganhar um novo agravante.

Termina hoje o prazo que o Irã deu a países europeus para que amortizassem sanções que vêm massacrando sua economia, especialmente seu principal braço, o petróleo. Como represália, o Irã passará a exceder o limite de reservas de urânio acordado em um tratado de 2015, colocando ainda mais tensão em um cenário de desacordos diplomáticos.

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O novo capítulo desta quinta-feira é só mais um na série de desentendimentos que o Irã vem travando com os EUA. Nas últimas semanas, os dois países trocaram farpas e ameaças quase que diariamente, o que também resultou em mais sanções por parte de Donald Trump.

Firmado em 2015, o acordo nuclear que o Irã passará a desobedecer parcialmente a partir de hoje é fruto de negociações entre o então chefe de estado dos EUA, Barack Obama, e o atual presidente do estado iraniano, Hassan Rouhani. Além dos dois países, o pacto, conhecido comoPlano de Ação Conjunto Abrangente, conta com a participação de França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China.

Nos termos do acordo, o Irã não pode manter uma reserva maior de até 300 quilos de urânio enriquecido, o que é vistoriado periodicamente por inspetores da Organização das Nações Unidas. Em troca, o país se viu livre, em 2015, de diversas sanções por parte dos EUA e seus aliados, o que permitiu, inclusive, investimentos bilionários de empresas como a Boeing e Airbus.

O Urânio enriquecido pode ser usado, para além da produção de energia, na fabricação de armas nucleares, e é esse o medo dos EUA. Em 2018, Donald Trump retirou os EUA do acordo firmado três anos antes afirmando que ele  não incluía o programa de mísseis balísticos do Irã ou seu envolvimento em conflitos regionais. Desde então, pesadas sanções voltaram a ser colocadas contra o Irã, que viu sua exportação de petróleo ser reduzida a 300 mil barris por dia. O volume representa uma fração dos mais de 2,5 milhões de barris exportados somente em abril de 2018.

Esta quinta-feira mostrará que, até aqui, nenhum dos dois lados está disposto a ceder.

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