Irã pede que Trump esqueça o país e se preocupe com fome nos EUA
Porta-voz aconselhou Trump a focar nos EUA em vez de "perder seu tempo enviando tweets desrespeitosos com outros povos e países"
EFE
Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 14h19.
Teerã - O Irã recomendou nesta terça-feira (2) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , se preocupe em resolver a fome e a pobreza em seu país em vez de se envolver nos assuntos internos da República Islâmica e de outras nações.
"É melhor que Trump se ocupe um pouco dos assuntos internos de seu país e de temas como o assassinato diário de dezenas de pessoas em conflitos armados, tiroteios em diferentes estados dos EUA e a existência de milhões de pessoas sem casa e famintas lá", indicou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Bahram Qasemi, em comunicado para responder um tweet de Trump.
Qasemi aconselhou Trump a focar nesses assuntos em vez de "perder seu tempo enviando tweets desrespeitosos com outros povos e países".
Trump voltou a falar sobre os protestos registrados no Irã desde o fim do ano passado e destacou que o povo tem pouca comida, grande inflação e nenhum direito humano no país.
"O povo do Irã está finalmente agindo contra o brutal e corrupto regime iraniano. Todo o dinheiro que o presidente (Barack) Obama deu a eles de forma tola foi parar no terrorismo ou nos seus bolsos", escreveu o presidente americano na rede social.
"Os Estados Unidos estão vigiando", alertou Trump.
O republicano está há vários dias publicando mensagens sobre a situação no Irã. Ontem, afirmou que o país vive uma "hora de mudança". No domingo, acusou o governo de Teerã de bloquear a internet para impedir a comunicação entre manifestantes pacíficos.
As manifestações contra a corrupção no Irã já deixaram pelo menos 20 mortos nos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança. Só na capital do país, 450 pessoas já foram presas.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, acusou os "inimigos da República Islâmica" de serem responsáveis pela situação.
O parlamento iraniano acusou os EUA, Israel e a Arábia Saudita de fomentar os confrontos durante os protestos.