Irã pede bilhões de dólares aos EUA para retornar às negociações nucleares
Negociações acontecem depois de secretário norte-americano dizer que tempo pressiona para que Teerã volte ao acordo
AFP
Publicado em 3 de outubro de 2021 às 14h44.
O Irã pede bilhões de dólares aos Estados Unidos para medir sua "verdadeira intenção" em relação às negociações nucleares, que estão paralisadas desde junho, afirmou o ministro iraniano das Relações Exteriores iraniano.
Se os americanos "têm uma intenção verdadeira (de salvar o acordo), devem liberar uma parte de nossas propriedades, por exemplo, dezenas de bilhões de dólares congelados em bancos estrangeiros e devolvê-los ao Irã", disse no sábado Hosein Amir Abdollahian, em entrevista a uma emissora estatal.
As negociações acontecem depois que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse na quinta-feira que o tempo pressiona para que Teerã volte ao acordo nuclear.
Desde junho, as negociações entre o Irã e as potências ocidentais para retomar o pacto estão paralisadas. O acordo foi muito enfraquecido com a saída unilateral dos Estados Unidos em 2018.
O acordo, assinado em Viena em 2015, ofereceu a Teerã uma suspensão parcial das sanções ocidentais e da ONU, em troca da promessa da República Islâmica de reduzir drasticamente seu programa nuclear e não desenvolver uma bomba atômica.
Mas após a saída dos Estados Unidos, o Irã começou a descumprir o acordo.
O país árabe também quer levar a Coreia do Sul à justiça pela recusa de Seul em pagar uma dívida, avaliada em 8 bilhões de dólares, pela compra de petróleo.
"A pressão dos Estados Unidos sobre a Coreia do Sul) é um fato, mas não podemos continuar a deixar de lado e fechar os olhos para esta situação", disse Amir Abdollahian.
Blinken disse quinta-feira que Washington se comportou com "muito boa fé por muitos meses" em relação às negociações nucleares, das quais participam de maneira indireta.
"Os americanos não estão dispostos a desbloquear (as propriedades congeladas do Irã) para que possamos garantir os interesses do povo iraniano", lamentou Amir Abdollahian.