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Irã nega ampliar cooperação com ONU até que seja resolvido acordo nuclear

Governo do país sinalizou decisão de expandir capacidade de enriquecimento de urânio ao detalhar planos para construção de centrífugas avançadas

Irã: após saída dos EUA, potências europeias têm lutado para preservar o acordo nuclear assinado em 2015 (Majid Asgaripour/AFP/AFP)
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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2018 às 22h13.

Viena/Paris - O Irã não irá mais cooperar completamente com inspetores atômicos até que um impasse sobre seu acordo nuclear seja resolvido, disse seu enviado na Organização das Nações Unidas , enquanto um signatário alertou Teerã contra seguir em frente com preparações para aumentar sua capacidade de enriquecimento de urânio.

Teerã, enquanto isso, sinalizou sua decisão de expandir sua capacidade de enriquecimento ao detalhar planos para construção de centrífugas avançadas - as máquinas que enriquecem urânio.

Potências europeias têm lutado para preservar o acordo que assinaram em 2015 desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou Washington no mês passado e ativou sanções contra o Irã.

Ministros das Finanças e das Relações Exteriores da França, do Reino Unido e da Alemanha escreveram a autoridades norte-americanas para destacarem seus compromissos com a manutenção do pacto e para pedirem para Washington poupar companhias da União Europeia ativas no Irã de sanções secundárias.

Uma retirada iraniana do acordo, que suspendeu sanções sobre Teerã em troca de restrições em seu programa nuclear, iria "desestabilizar ainda mais uma região onde conflitos adicionais seriam desastrosos", escreveram os ministros na carta datada de 4 de junho e vista pela Reuters nesta quarta-feira.

Desde que a saída norte-americana foi anunciada, autoridades em Teerã enviaram sinais mistos sobre se acreditam que os signatários remanescentes do acordo nuclear, que também incluem China e Rússia, podem preservá-lo.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse na segunda-feira que havia ordenado preparativos para aumentar capacidade de enriquecimento de urânio se o acordo cair.

Teerã também informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão nuclear da ONU que monitora restrições impostas sobre suas atividades sob o acordo, de planos "experimentais" para produzir a matéria-prima para centrífugas.

 

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