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Irã inicia amanhã reuniões prévias à cúpula

6ª Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA) contará com a presença do secretário-geral da ONU e é vista por Teerã como uma guerra diplomática


	Mahmud Ahmadinejad, presidente do Irã: cúpula de países não-alinhados é vista pelo governo iraniano como guerra diplomática
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Mahmud Ahmadinejad, presidente do Irã: cúpula de países não-alinhados é vista pelo governo iraniano como guerra diplomática (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2012 às 13h52.

Teerã - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, inaugurará no domingo as reuniões de analistas prévias à 16ª Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA), que Teerã enxerga como uma guerra diplomática contra seus principais inimigos, Estados Unidos e Israel.

Para o Irã, a presença na cúpula do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apesar da insistência dos governos de Washington e Tel Aviv para que não comparecesse, é 'uma vitória diplomática'.

Para Ban, sua presença na Cúpula do MPNA, que agrupa dois terços dos membros da ONU, era obrigatória e, além disso, será uma oportunidade para tratar com as autoridades do Irã questões como seu programa nuclear, terrorismo, direitos humanos e o conflito da Síria, segundo seu porta-voz, Martin Nesirky.

No total, dos 120 países-membros do MPNA, 108 haviam confirmado até este sábado a composição de suas delegações, das quais 29 estarão lideradas por chefes de Estado, sete por primeiros-ministros e nove por vice-presidentes.

O Irã ainda espera a confirmação dos demais membros, embora ainda não tenham confirmado sua delegação, assim como de 25 observadores e convidados especiais, o que levou algumas autoridades iranianas a comentar que 'Washington fracassou' em suas tentativas de esvaziar o encontro de Teerã.


Os analistas estudarão amanhã e na segunda-feira um amplo documento que, uma vez corrigido, deverá ser supervisionado pelos ministros de Exteriores em um encontro que acontecerá nos dias 28 e 29 de agosto, para depois ser aprovado, junto com a Declaração de Teerã, pela cúpula que será realizada nos 30 e 31 deste mês.

Entre os temas abordados, deve ganhar força a ideia da construção de um mundo 'multipolar', não dependente de apenas um centro de poder, o que implicaria na reforma da ONU e especialmente de seu Conselho de Segurança, um dos objetivos principais dos Não-Alinhados.

Como grupo de países em desenvolvimento, o MPNA também estudará fórmulas de colaboração para o progresso de seus membros, assim como os conflitos regionais que lhes afetam, especialmente o da Síria.

Como organizador, o Irã promoveu também discussões sobre os últimos levantes e revoluções no mundo árabe, que o regime teocrático de Teerã denomina de 'Despertar Islâmico'.

O direito ao uso pacífico da energia nuclear será também uma das questões da cúpula, no momento no que o Irã é criticado pelos EUA e seus aliados ocidentais por seu programa nuclear, que segundo Washington, tem uma vertente militar.

A organização previu alojamento para sete mil participantes da cúpula, na qual a delegação mais numerosa será a da Índia, com 150 pessoas lideradas pelo primeiro-ministro Manmohan Singh.

Além disso, 110 mil policiais e voluntários islâmicos, com 2,9 mil carros e 2,5 mil motocicletas, iniciam a partir de hoje a operação de segurança para a cúpula, segundo o subchefe da Polícia do Irã, general Ahmad Reza Radan.

O Movimento dos Países Não-Alinhados, fundado formalmente em 1961, reúne quase dois terços dos Estados-membros das Nações Unidas, especialmente da Ásia, África e América Latina.

Durante a Guerra Fria, na segunda metade do século passado, no MPNA se agruparam a maior parte dos estados não oficialmente alinhados com o bloco ocidental nem com o soviético, a fim de manter sua independência. EFE

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