Viena - O Irã está cumprindo seus compromissos do histórico pacto nuclear firmado com as potências mundiais, mas ainda tem de completar uma instalação de que precisará para dar prosseguimento ao acordo de seis meses, segundo um relatório de uma agência da ONU apresentado nesta quinta-feira.

A usina planejada foi projetada para converter gás de urânio de baixo enriquecimento (LEU) em uma forma de óxido menos sensível à proliferação. O aparente atraso da construção significa que o arsenal iraniano de LEU quase certamente continuará a aumentar por enquanto, já que a produção do material não parou.

O relatório confidencial - uma atualização mensal sobre a implementação do acordo interino - elaborado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aos Estados-membros assinala que o Irã, em uma carta enviada na segunda-feira, informou a AIEA de que a instalação de conversão começaria a operar após a autorização, cujo início está previsto para 9 de abril.

A AIEA tem um papel fundamental na verificação de que o Irã está cumprindo a sua parte do acordo que entrou em vigor há dois meses, pelo qual o país suspendeu seu programa de enriquecimento de urânio de alto grau e concordou com outras medidas para reduzir o alcance do seu programa nuclear em troca de limitado alívio das sanções impostas ao país.

Entre outras medidas, o Irã concordou em limitar a sua reserva de LEU. A nova fábrica destina-se a conseguir isso por meio de sua transformação em óxido em pó, o qual não é adequado para um maior processamento de urânio a um nível elevado de enriquecimento capaz de ser usado na produção de uma bomba. O Irã nega quaisquer objetivos militares com seu programa nuclear.

Diplomatas e especialistas dizem que o problema não é motivo de preocupação imediata, já que o compromisso do Irã diz respeito ao tamanho do estoque até o término do prazo do acordo, no final de julho, o que significa que tem tempo tanto para completar a instalação como para converter LEU suficiente.