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Irã e potências não chegam a consenso para acordo nuclear

A falta de clareza e a confusão dominaram o dia de negociação entre o Irã e potências mundiais sobre o programa nuclear, perto do final do prazo

Chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif em entrevista coletiva: acordo parecia iminente há 24 horas (Maxim Zmeyev/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 20h21.

Viena - A falta de clareza e a confusão dominaram nesta segunda-feira o 17º dia de negociação entre o Irã e o G5+1 sobre o programa nuclear iraniano, a beira do vencimento do novo prazo para um acordo que parecia iminente há 24 horas.

Poucas notícias e muitos rumores saíram do Hotel Palais Coburg de Viena, por onde passaram hoje os ministros das Relações Exteriores do G5+1 (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia mais a Alemanha) e o do Irã.

De um dos balcões do hotel o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, disse aos gritos aos jornalistas que estavam no térreo que estava "sonolento e saturado de trabalho".

Ao ser perguntado se haverá um anúncio de acordo hoje, Zarif respondeu com um movimento de cabeça que os jornalistas iranianos interpretaram como o típico gesto de negação usado no país.

Mais claro, mas igualmente pouco revelador sobre quando terminará esta negociação, foi a mensagem publicada por Zarif no Twitter.

"Se chegarmos a um acordo, o triunfo da diplomacia significa que todos teremos ganhado onde todos poderíamos ter perdido", disse.

Um acordo representaria para a República Islâmica a suspensão das sanções econômicas que estrangulam sua economia, e para o resto do mundo a garantia de que o programa atômico iraniano seria limitado ao uso pacífico da energia.

O problema continua sendo como chegar a esse acordo, negociado há 20 meses em inumeráveis reuniões técnicas e cúpulas políticas.

O ministro chinês, Wang Yi, foi o único que se expressou hoje em público sobre a necessidade de pôr fim a um processo ao qual só falta vontade política para fazer concessões que permitam finalmente chegar ao entendimento.

"Achamos que não pode nem deve haver nenhum atraso mais", afirmou Yi.

Zarif se reuniu hoje mais uma vez com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que está há 17 dias em Viena, a estadia mais longa em décadas de um chefe da diplomacia americana em um mesmo lugar no exterior.

Rumores não confirmados se referiram a uma iminente reunião dos sete ministros, um formato de encontro que não acontece há uma semana.

As sanções que pesam sobre o Irã continuam a ser, segundo os vazamentos à imprensa, o maior obstáculo.

À parte da discussão sobre o ritmo de levantamento das sanções, imediatamente como o Irã exige, ou gradualmente, como propõe o G5+1, o principal problema parece se referir ao embargo de armas aprovado pela ONU para desestimular o Irã de seu programa nuclear e forçá-lo a se sentar para negociar.

O Irã quer que essa sanção faça parte das levantadas, enquanto os Estados Unidos argumentam que essa medida não está diretamente relacionada ao programa nuclear, que é o objeto da negociação.

Segundo a agência russa "Tass", o Irã admitiria que o embargo fosse aplicado durante seis meses após a assinatura do acordo, enquanto os EUA quer que esse prazo seja de oito anos.

Um período de dois anos poderia ser a solução intermediária para aproximar as duas partes.

Diante desse cenário de incerteza, a Casa Branca anunciou que se até a meia-noite de hoje (19h em Brasília) não houver acordo, prorrogaria automaticamente as medidas contempladas no acordo de novembro de 2013 que iniciou todo o processo negociador com o Irã.

Esse pacto interino inclui o relaxamento de parte das sanções e a paralisação de parte do programa atômico do Irã como gestos de boa vontade para ajudar à negociação.

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Poucas notícias e muitos rumores saíram do Hotel Palais Coburg de Viena, por onde passaram hoje os ministros das Relações Exteriores do G5+1 (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia mais a Alemanha) e o do Irã.

De um dos balcões do hotel o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, disse aos gritos aos jornalistas que estavam no térreo que estava "sonolento e saturado de trabalho".

Ao ser perguntado se haverá um anúncio de acordo hoje, Zarif respondeu com um movimento de cabeça que os jornalistas iranianos interpretaram como o típico gesto de negação usado no país.

Mais claro, mas igualmente pouco revelador sobre quando terminará esta negociação, foi a mensagem publicada por Zarif no Twitter.

"Se chegarmos a um acordo, o triunfo da diplomacia significa que todos teremos ganhado onde todos poderíamos ter perdido", disse.

Um acordo representaria para a República Islâmica a suspensão das sanções econômicas que estrangulam sua economia, e para o resto do mundo a garantia de que o programa atômico iraniano seria limitado ao uso pacífico da energia.

O problema continua sendo como chegar a esse acordo, negociado há 20 meses em inumeráveis reuniões técnicas e cúpulas políticas.

O ministro chinês, Wang Yi, foi o único que se expressou hoje em público sobre a necessidade de pôr fim a um processo ao qual só falta vontade política para fazer concessões que permitam finalmente chegar ao entendimento.

"Achamos que não pode nem deve haver nenhum atraso mais", afirmou Yi.

Zarif se reuniu hoje mais uma vez com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que está há 17 dias em Viena, a estadia mais longa em décadas de um chefe da diplomacia americana em um mesmo lugar no exterior.

Rumores não confirmados se referiram a uma iminente reunião dos sete ministros, um formato de encontro que não acontece há uma semana.

As sanções que pesam sobre o Irã continuam a ser, segundo os vazamentos à imprensa, o maior obstáculo.

À parte da discussão sobre o ritmo de levantamento das sanções, imediatamente como o Irã exige, ou gradualmente, como propõe o G5+1, o principal problema parece se referir ao embargo de armas aprovado pela ONU para desestimular o Irã de seu programa nuclear e forçá-lo a se sentar para negociar.

O Irã quer que essa sanção faça parte das levantadas, enquanto os Estados Unidos argumentam que essa medida não está diretamente relacionada ao programa nuclear, que é o objeto da negociação.

Segundo a agência russa "Tass", o Irã admitiria que o embargo fosse aplicado durante seis meses após a assinatura do acordo, enquanto os EUA quer que esse prazo seja de oito anos.

Um período de dois anos poderia ser a solução intermediária para aproximar as duas partes.

Diante desse cenário de incerteza, a Casa Branca anunciou que se até a meia-noite de hoje (19h em Brasília) não houver acordo, prorrogaria automaticamente as medidas contempladas no acordo de novembro de 2013 que iniciou todo o processo negociador com o Irã.

Esse pacto interino inclui o relaxamento de parte das sanções e a paralisação de parte do programa atômico do Irã como gestos de boa vontade para ajudar à negociação.

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