Irã diz ter descoberto espiões da CIA e condenado alguns à morte
Tensão entre Estados Unidos, países europeus e Irã é crescente desde que o país anunciou que ultrapassaria limite de enriquecimento de energia nuclear
Reuters
Publicado em 22 de julho de 2019 às 10h23.
O Irã capturou 17 espiões que trabalhavam para a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), e alguns foram condenados à morte, noticiou a mídia estatal nesta segunda-feira.
A televisão estatal iraniana exibiu imagens que disse serem dos agentes da CIA que estavam em contato com os supostos espiões.
Nem a CIA nem autoridades dos EUA comentaram de imediato as alegações iranianas.
Em junho, o Irã anunciou ter desmontado uma célula de espiões da CIA, mas não ficou claro se o anúncio desta segunda-feira tem ligação com o mesmo caso.
O anúncio chega depois de três meses de um confronto crescente entre o Irã e o Ocidente, que começou quando novas sanções mais severas dos EUA entraram em vigor em maio.
Na semana passada, o Irã apreendeu um navio-tanque britânico em reação ao fato de fuzileiros navais reais do Reino Unido terem tomado um navio-tanque iraniano no dia 4 de julho.
Em um comunicado lido na televisão estatal, o Ministério da Inteligência disse que 17 espiões foram presos durante o ano civil iraniano, que terminou em março de 2019.
"Os espiões identificados estavam empregados em centros sensíveis e vitais do setor privado nas áreas econômica, nuclear, de infraestrutura, militar e cibernética... onde coletaram informações confidenciais", disse o comunicado do ministério.
Em uma reportagem separada, a agência de notícias semioficial Fars citou uma autoridade do Ministério da Inteligência segundo a qual alguns dos presos foram condenados à morte.
Um documentário da televisão iraniana exibido nesta segunda-feira supostamente mostrou um agente da CIA recrutando um homem iraniano nos Emirados Árabes Unidos.
"Porque há muitos agentes de inteligência em Dubai. É muito perigoso... inteligência iraniana", vê-se uma mulher dizendo a um iraniano no documentário sobre a suposta espionagem da CIA no Irã transmitido na TV estatal.
A mulher fala persa com um sotaque que parece norte-americano.