Irã diz que vai retaliar se EUA tentarem bloquear exportações de petróleo
Os Estados Unidos têm pressionado diversos outros países a paralisar as importações de petróleo iraniano
Reuters
Publicado em 24 de julho de 2018 às 13h34.
O Irã vai reagir com medidas na mesma proporção se os Estados Unidos tentarem bloquear suas exportações de petróleo, disse o Ministério de Relações Exteriores iraniano nesta terça-feira, e o chefe das Forças Armadas da República Islâmica afirmou que as ameaças dos EUA poderiam gerar uma reação "inimaginável e indesejável".
Autoridades dos EUA têm intensificado esforços diplomáticos para pressionar outros países a paralisar as importações de petróleo iraniano.
"Se os Estados Unidos querem tomar um passo sério nesta direção, serão definitivamente recebidos com uma reação e contramedidas equivalentes por parte do Irã", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bahram Qassemi, segundo a agência estatal de notícias Irna.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reiterou no sábado a sugestão do presidente iraniano, Hassan Rouhani, de que Teerã pode bloquear exportações de petróleo do Golfo Pérsico se suas próprias exportações forem interrompidas.
As já tensas relações entre Teerã e Washington têm piorado nos últimos dias.
O chefe das Forças Armadas do Irã, general Mohammad Bagheri, disse nesta terça-feira que o Irã quer paz, mas vai defender seus interesses no Golfo Pérsico.
"Como poder dominante no Golfo Pérsico e no Estreito de Ormuz, o Irã tem sido o garantidor da segurança dos embarques e da economia global nessa passagem vital, e tem força para tomar medidas contra qualquer plano para essa região", disse Bagheri.
Na segunda-feira, o Irã minimizou um alerta do presidente norte-americano, Donald Trump, de que estaria arriscando sofrer consequências terríveis, "como poucos durante a história sofreram antes", se fizesse novamente ameaças contra os EUA.
O Irã tem enfrentado a ameaça de sanções dos Estados Unidos desde que Trump decidiu, em maio, retirar Washington de um acordo nuclear fechado em 2015 entre potenciais mundiais e Teerã.