Irã diz que EUA são "viciados" em sanções
Trump decidiu em maio retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 e voltar a impor sanções ao Irã
EFE
Publicado em 29 de julho de 2018 às 15h07.
Teerã - O ministro de Relações Exteriores do Irã , Mohammad Javad Zarif, denunciou neste domingo que os Estados Unidos são "viciados" em sanções , uma semana antes do início da vigência de medidas punitivas do Executivo em Washington contra o governo iraniano.
"A história das Relações Exteriores dos Estados Unidos mostra que este país impôs a maioria das sanções contra um grande número de países", disse Zarif em reunião com embaixadores e diplomatas iranianos.
O presidente americano, Donald Trump, decidiu em maio retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 e voltar a impor sanções ao Irã, que entrarão em vigor em agosto e novembro.
"Os americanos são viciados em sanções, e a dependência lhes impediu, inclusive durante o mandato de Barack Obama, de cumprir com as suas obrigações", afirmou Zarif, citado pela agência oficial "Irna".
Antes da chegada de Trump à presidência, em janeiro de 2017, as autoridades iranianas já criticavam que as sanções americanos que estavam em vigor e dificultavam o desenvolvimento da economia, principalmente pelos obstáculos nas relações bancárias.
O pacto nuclear de 2015, assinado entre Irã e o chamado Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha), limita o programa atômico iraniano em troca da suspenção das sanções internacionais.
O Irã negocia agora com os demais signatários para garantir que os benefícios derivados do acordo serão mantidos, apesar da saída dos Estados Unidos, já que as sanções americanos são extraterritoriais e afetam também a empresas e bancos de outros países.
"Por isso, a Europa deve decidir se persegue os próprios interesses ou os dos Estados Unidos e do presidente Trump", disse o ministro.
Para Zarif, atualmente os Estados Unidos estão "isolados" e que tem que usar "pressão política" para evitar que outros países façam negócios com o Irã.
"Se Deus quiser, vamos melhorar a situação diariamente já que o mundo nos apoia e deveríamos aproveitar esta oportunidade", acrescentou o ministro, que defendeu o aumento da produção nacional e das exportações não petrolíferas.
O setor energético, alvo de sanções que começarão a valer em novembro, é fundamental para a economia do Irã, que exigiu continuar com as exportações de petróleo e gás para permanecer no pacto nuclear.