Mundo

Irã considera sanções petrolíferas dos EUA um fracasso

Para o representante do país, o 'fracasso' do embargo petrolífero se deve ao fato de muitos países continuarem importando petróleo do Irã como antes

O Irã reiterou que, apesar das sanções, pode seguir seus negócios, sobretudo na Ásia e África, e advertiu que o conflito fará subir o preço do petróleo nos mercados internacionais (Oscar Cabral)

O Irã reiterou que, apesar das sanções, pode seguir seus negócios, sobretudo na Ásia e África, e advertiu que o conflito fará subir o preço do petróleo nos mercados internacionais (Oscar Cabral)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2012 às 09h47.

Teerã - O governo de Teerã considera que as sanções petrolíferas impostas ao Irã pelos Estados Unidos são 'um fracasso de fato', já que opina que Washington teve que retratar-se de algumas de suas medidas, informou neste sábado a agência local Fars.

Segundo o vice-presidente iraniano para Assuntos Parlamentares, Mohamad Reza Mir Tayedini, 'em uma clara retificação, os EUA eximiram 11 países de aplicar as sanções que havia imposto ao Irã' nesta mesma semana.

Na opinião de Tayedini, o 'fracasso' do embargo petrolífero se deve ao fato de muitos países continuarem importando petróleo do Irã como demonstração de sua posição internacional, que não coincide com a dos EUA e outros países.

Para ele, os 'inimigos', termo que o regime de Teerã utiliza para denominar EUA, Israel e alguns países ocidentais, devem entender que 'não podem bloquear o rápido desenvolvimento e o avanço do Irã'.

Além das sanções petrolíferas e financeiras dos EUA, a União Europeia (UE) decidiu no último dia 23 de janeiro impor ao Irã um embargo de compra de petróleo que entrará em vigor a partir do 1º de julho.

Os 27 países do bloco também impuseram aos bancos iranianos sancionados, entre eles o Banco Central, um bloqueio no sistema de mensagem financeira Swift (Sociedade para as Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais) - ou seja, não poderão receber ou fazer transferências internacionais.

O Irã reiterou que, apesar das sanções, pode seguir seus negócios, sobretudo na Ásia e África, e advertiu que o conflito fará subir o preço do petróleo nos mercados internacionais, o que beneficiará o país, um dos maiores exportadores do mundo, e prejudicará os importadores.

No entanto, expressou seu mal-estar e criticou o bloqueio financeiro, que provocou uma forte desvalorização de sua moeda no mercado livre.

Perante os problemas com divisas fortes, como o dólar e o euro, e as dificuldades ou a impossibilidade de realizar transferências internacionais, o Banco Central iraniano frisou que o país poderia receber pagamentos em ouro para suas exportações, especialmente de petróleo e gás, e também em moeda estrangeira local dos países compradores.


Paralelamente, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, pediu nesta semana, por ocasião do ano novo persa, apoio à produção nacional e reivindicou respaldo ao capital e aos trabalhadores iranianos, para combater as sanções.

Tanto o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, como destacados parlamentares e militares fizeram também chamadas ao apoio à produção nacional e à promoção da auto-suficiência econômica e industrial, perante o isolamento exterior promovido por EUA, UE e seus aliados.

Em todo caso, o Irã segue, com maior ou menor êxito, sua campanha para aumentar suas relações internacionais, políticas, culturais, econômicas e comerciais, especialmente nas regiões vizinhas do Oriente Médio e Ásia Central, mas também no resto da Ásia, África e América Latina.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEstados Unidos (EUA)IndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralIrã - PaísPaíses ricosPetróleo

Mais de Mundo

Trump nomeia Keith Kellogg como encarregado de acabar com guerra na Ucrânia

México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Israel vai recorrer de ordens de prisão do TPI contra Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

SAIC e Volkswagen renovam parceria com plano de eletrificação