Meninos em escola particular na Inglaterra aguardam para ser testados contra a covid-19: volta às aulas presenciais nesta segunda-feira, 8 (Kevin Coombs/Reuters)
Carolina Riveira
Publicado em 8 de março de 2021 às 11h39.
A vida normal já tem data para voltar no Reino Unido: 21 de junho. É o que promete o plano de reabertura do governo, que deu mais um passo nesta segunda-feira, 8, com a volta às aulas na Inglaterra, o principal país do território. O Reino Unido é formado por Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte.
Os estudantes ingleses só frequentaram as aulas presenciais um dia neste ano. O país e o restante do Reino Unido estão em seu terceiro lockdown (uma quarentena mais restrita, com fechamento quase total das atividades) desde o fim do ano passado, quando foi detectada uma nova variante do coronavírus.
A variante no Reino Unido, a B117, é mais contagiosa, assim como as variantes encontradas depois na África do Sul (501Y.V2) e no Brasil (P1).
Desde então, os alunos da Inglaterra tiveram que acompanhar as aulas de casa, embora os filhos dos trabalhadores considerados essenciais pudessem frequentar a escola. Foi só diante da queda de contágios e das internações nos hospitais — acentuadas pelo lockdown e pela vacinação — que o primeiro-ministro Boris Johnson autorizou no final de fevereiro a reabertura das escolas.
Os alunos de ensino médio são aconselhados a usar máscaras. Além disso, terão que fazer um teste de covid-19 duas vezes por semana. "A reabertura das escolas foi nossa prioridade e a primeira etapa de nosso plano para voltar à normalidade", escreveu o primeiro-ministro Boris Johnson nesta segunda-feira.
Além da volta às aulas, a partir de hoje em todos os países do Reino Unido está autorizado que duas pessoas se sentem juntas em áreas externas. Idosos em casas de repouso podem receber uma visita. No fim do mês, em 29 de março, o limite de pessoas nas áreas externas pula para seis. Os esportes organizados também voltam nesta data e as pessoas podem viajar para fora de seu local de residência.
Já as lojas consideradas não essenciais e os terraços de bares e restaurantes reabrirão em 12 de abril, assim como academias, de acordo com o programa do governo. O mesmo vale para hotelaria. Por último, o fim de todas as medidas de quarentena é esperado para 12 de junho, se a situação da pandemia se mantiver estável até lá.
Com mais de 124.000 mortes, o Reino Unido foi o país europeu mais afetado pela pandemia. Mas tem conseguido se destacar na vacinação de sua população, o que está ajudando na queda dos números. A média móvel de mortes em sete dias caiu cerca de 80% desde o pico, em meados de janeiro. Hoje são pouco mais de 200 mortes por dia na média.
No Brasil, que estava melhor do que o Reino Unido em meados de janeiro, a média móvel subiu quase 50% desde então, chegando a mais de 1.400 mortes por dia.
Primeiro país a começar a vacinar com a vacina da Pfizer, em 8 de dezembro, o Reino Unido chegou a 33% da população tendo recebido ao menos a primeira dose. Ao todo, o país aplicou 35 doses a cada 100 habitantes, uma das melhores taxas do mundo.
Os britânicos, com quase 68 milhões de habitantes, só perdem em imunização para países menores, como Israel (9 milhões de habitantes e 96 doses/100 habitantes) e Emirados Árabes Unidos (10 milhões de habitantes e 58 doses/100 habitantes).
O Reino Unido está também à frente de lugares mais populosos, como Estados Unidos (331 milhões de habitantes e 27 doses/100 habitantes) e União Europeia (445 milhões de habitantes e 9 doses/100 habitantes). Apesar do maior número da população, a União Europeia tem sido criticada por um ritmo de vacinação considerado lento na comparação com os britânicos, que deixaram o bloco no ano passado.
Em meio à volta às aulas, no plano de vacinação britânico, uma estratégia do governo tem sido criticada: a de não priorizar professores na vacinação. Pelo plano britânico, os professores mais jovens serão vacinados junto aos demais adultos, sem ordem de preferência. O Reino Unido planeja vacinar até julho toda a população adulta, com mais de 18 anos.
(Com AFP)