Índia protesta contra novos condados chineses em região disputada no Himalaia
Pequim estabelece dois novos condados em área reivindicada por Índia e China, agravando disputa territorial
Agência de Notícias
Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 17h56.
Última atualização em 3 de janeiro de 2025 às 18h48.
A Índia apresentou um protesto solene por meio dos canais diplomáticos com a China após Pequim anunciar a criação de dois novos condados em uma região disputada no Himalaia. A área, que inclui partes do território indiano de Ladakh, é reivindicada por ambas as potências asiáticas.
“Nunca aceitamos a ocupação ilegal chinesa do território indiano nessa região”, afirmou Randhir Jaiswal, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, em entrevista coletiva. Ele reiterou que a ação chinesa não altera a posição indiana sobre a soberania de Ladakh, local onde um confronto em 2020 resultou na morte de pelo menos 20 soldados indianos.
Disputa territorial de longa data
A criação dos novos condados foi informada pela agência estatal chinesa "Xinhua" em 27 de dezembro e está localizada na cidade de Khotan, no oeste da China. Segundo Jaiswal, a Índia não dará legitimidade à “ocupação ilegal e forçada pela China”.
O Território da União de Ladakh, no noroeste da Índia, era parte do estado de Jammu e Caxemira até 2019, quando o governo do primeiro-ministro Narendra Modi revogou seu status de semiautonomia. A região está no centro de uma disputa de mais de 50 anos entre Índia e China, que também controla o território de Aksai Chin, no nordeste de Ladakh.
Tentativas de diálogo
Apesar das disputas, Índia e China chegaram a um consenso de seis pontos em 19 de dezembro, em Pequim, para abordar as questões fronteiriças. Em outubro, os líderes Narendra Modi e Xi Jinping concordaram em reduzir a escalada militar nas fronteiras. No entanto, os avanços diplomáticos ainda enfrentam desafios devido às hostilidades recentes e ao histórico de disputas territoriais, como as relacionadas a Arunachal Pradesh, no leste indiano.
No momento, a região do Indo-Pacífico segue sendo palco de competição entre as duas potências, tanto pela hegemonia política quanto pelas questões territoriais não resolvidas.