Índia prende 23 suspeitos de grupo por trás de ataque na Caxemira
Ataque, realizado na última quinta-feira (14), alimentou as tensões entre a Índia e o Paquistão
Reuters
Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 16h22.
Srinagar - Forças indianas prenderam 23 homens suspeitos de ligações com o grupo militante paquistanês que planejou o ataque a um comboio de segurança indiano que matou 44 policiais paramilitares, disse uma autoridade policial neste domingo.
Os 23 homens incluíam membros e simpatizantes do Jaish-e-Mohammad, grupo militante que assumiu a responsabilidade pelo ataque de quinta-feira, o mais letal sobre forças de segurança indianas em décadas.
O ataque alimentou as tensões entre a Índia e o Paquistão.
A Índia exigiu que o Paquistão feche o Jaish e outros grupos militantes islâmicos que operam a partir de seu solo, enquanto Islamabad rejeitou as sugestões de que teria ligação com o ataque.
A Caxemira, uma região de maioria muçulmana no centro de décadas de hostilidade, é reivindicada em sua totalidade pela Índia e pelo Paquistão, mas é governada em parte por ambos os países do sul da Ásia.
Representantes da Agência Nacional de Investigações da Índia (NIA) questionaram os suspeitos sobre o atentado no domingo, disseram duas autoridades de segurança.
"Eles estão tentando entrar em contato com os principais comandantes do Jaish-e-Mohammad, incluindo seu chefe para a Caxemira", disse uma das fontes.
Mohammed Umair, o comandante do Jaish na Caxemira que supostamente planejou o ataque, é suspeito de estar se escondendo na região onde ocorreram os ataques, disseram os oficiais.
As autoridades dizem que Umair havia "radicalizado e motivado" o jovem que jogou um carro carregado de explosivos sobre o comboio na quinta-feira.
Acredita-se que Umair tenha entrado na Caxemira indiana vindo do Paquistão em setembro para liderar o Jaish na região. As forças de segurança suspeitam que ele esteja escondido no sul da Caxemira, segundo as fontes, que falaram sob a condição de anonimato.
Autoridades indianas dizem que Umair é sobrinho do chefe do Jaish, Masood Azhar, que acredita-se que esteja no Paquistão.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu uma forte resposta ao ataque e disse que deu liberdade às forças armadas para combater os militantes na fronteira.
O Jaish, considerado um dos grupos militantes mais letais, expandiu sua presença na Caxemira, disse uma fonte policial.
A Índia invadiu as casas de supostos militantes em toda a Caxemira do Sul para encontrar informações sobre aqueles que planejaram e executaram o ataque.
Muzaffar Ahmad Malik, cujo irmão se declarou um militante há um ano, disse à Reuters que sua casa foi invadida no sábado por tropas indianas.
"Eles estavam procurando militantes, pois disseram que tinham informações sobre militantes escondidos na casa", disse Malik.
Investigadores estão agora tentando descobrir como uma grande quantidade de explosivos usados no ataque foi contrabandeada para a Caxemira, disseram as autoridades.
Um porta-voz do ministério de assuntos internos recusou-se a comentar.
(Por Sudarshan Varadhan e Sanjeev Miglani)