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Imensa faixa de mangue "morreu de sede" na Austrália

Em torno de 7.400 hectares de mangues morreram, classificando o fenômeno de um verdadeiro desastre ecológico

Mangues: os manguezais têm um papel importante para o meio ambiente (Universidade James Cook/Handout/AFP)
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AFP

Publicado em 14 de março de 2017 às 14h00.

Sydney - Milhares de manguezais, que ocupavam uma longa faixa no norte da Austrália, "morreram de sede" no ano passado, revelou nesta terça-feira uma equipe de pesquisadores, qualificando o fenômeno de desastre ecológico sem precedentes.

Em torno de 7.400 hectares de mangues, que se estendiam por uma área de 1.000 quilômetros na zona semiárida do Golfo de Carpentaria, morreram, segundo pesquisadores da Universidade James Cook, na Austrália.

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Várias imagens aéreas e fotografias tiradas de satélites confirmaram que os manguezais secaram ou perderam sua folhagem, em um evento provocado pela seca.

O especialista em ecossistemas de mangue Norm Duke, da Universidade James Cook, disse que o evento sem precedentes foi causado por uma combinação de fatores.

"Desde 2011 a linha costeira tem registrado menos chuvas que a média e a seca de 2015/16 foi especialmente severa", revela o trabalho publicado no Journal of Marine and Freshwater Research.

Outros fatores foram as altas temperaturas na área, que reduziram em 20 centímetros o nível da água nos manguezais, e a seca provocada pelo El Niño, um fenômeno climático que ocorre a cada quatro ou cinco anos.

Para Duke, as três ocorrências foram suficientes para que se produzisse o pior desaparecimento de manguezais por efeitos climáticos da história. "Basicamente morreram de sede".

Os manguezais têm um papel importante para o meio ambiente, já que protegem a vegetação marinha e os corais filtrando a água, constituem uma fonte de abrigo e alimento para certas espécies de peixe e também absorvem carbono da atmosfera.

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