Igreja da Unificação prepara funeral do reverendo Moon
A cerimônia acontecerá em uma pequena localidade sul-coreana isolada, que deve receber milhares de seguidores
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2012 às 12h56.
Seul - A Igreja da Unificação iniciou os preparativos para o funeral de seu fundador, Sun Myung Moon, mais conhecido no Brasil como reverendo Moon, que faleceu aos 92 anos.
A cerimônia acontecerá em uma pequena localidade sul-coreana isolada, que deve receber milhares de seguidores.
Operários começaram a pavimentar uma rua de duas vias e de um quilômetro de comprimento que leva ao gigantesco complexo onde fica no quartel-general da Igreja, chamada por muitos de seita, em Gapyeong, ao leste de Seul.
Nesta cidade acontecerá no dia 15 de setembro o funeral do autoproclamado messias sul-coreano, que funcou a controversa Igreja da Unificação e a transformou em um império bilionário.
A partir de quinta-feira, os fiéis poderão visitar um altar que será construído em uma sala do complexo.
Moon, que tinha sido hospitalizado no mês passado depois de sofrer complicações em decorrência de uma pneumonia, faleceu passadas as 2h00 de segunda-feira (hora local, 14h00 de domingo, hora de Brasília), informou um porta-voz do reverendo à AFP.
Na sexta-feira, a seita havia informado que seu fundador sofria de um problema crítico nos órgãos vitais, que determinaram seu ingresso em terapia intensiva. No sábado, os médicos informaram que Moon tinha entrado "um estado irreversível de sua condição".
O corpo de Moon havia sido transportado para um edifício de mármore branco, sobre uma colina que domina o complexo.
"Era nosso pai e o messias de Deus. Seu corpo foi concebido por Deus e pensávamos que viveria 100 anos", declarou um colaborador.
Dezenas de fieis manifestaram aflição no portal da igreja.
"É como se o céu caísse sobre nós e o mundo inteiro desabasse", escreveu um deles.
"És o rei dos reis eternos, o messias da humanidade, permanecerás para sempre em nosso coração", destacou outro.
Bo Hi Pak, colaborador de Moon durante décadas, espera o comparecimento de dezenas de milhares de fiéis ao funeral, grande parte deles procedentes do exterior.
Sul-coreano, Moon nasceu em uma família de agricultores em uma região que atualmente faz parte do território norte-coreano. O reverendo dizia que aos 15 anos teve uma visão de Jesus pedindo que completasse a missão interrompida pela crucificação.
Segundo trechos de sua biografia publicada em seu site pessoal, ele foi torturado e mandado para um campo de trabalhos forçados enquanto pregava na Coreia após a Segunda Guerra Mundial. Foi libertado quando os guardas fugiram com o avanço das forças americanas durante a Guerra da Coreia.
Depois de vagar pela cidade de Busan, no sul, como um refugiado de guerra, ele teria construído a sua primeira igreja nesta região, usando caixas de rações militares.
Rejeitado pelas igrejas protestantes coreanas, Moon fundaria em 1954 sua própria congregação, a Igreja da Unificação. Atualmente é uma das maiores e mais controversas comunidades religiosas do mundo, sendo considerada uma seita em vários países.
A igreja tinha presença em vários países da América Latina, como o Brasil, onde possuía mais de 40 terrenos no Mato Grosso do Sul.
"Meu coração está muito triste e todos os membros de nossa associação devem estar na mesma situação", declarou ao portal de notícias G1 Yasushiro Ishii, diretor da igreja em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
A organização reivindica pregar em 200 países para três milhões de seguidores que se referem a Moon como "o verdadeiro pai" e o consideram "o único Messias da história humana".
Os ensinamentos de Moon são baseados na Bíblia, mas com novas interpretações, e são considerados heréticos por algumas organizações cristãs.
"A visão de Deus de Moon é essencialmente coreana, combinando xamanismo e padrões familiares confucianos ao modelo cristão", escreveu Michael Breen em seu livro, "The Koreans".
"Seu Deus é o pai misericordioso que sofre em uma agonia solitária em um mundo de crianças más", explicou o autor.
Os críticos consideram a Igreja da Unificação, cujo nome oficial é Federação Familiar para a Paz no Mundo e a Unificação, uma seita que pratica a lavagem cerebral de seus adeptos, uma acusação rejeitada pela organização.
O movimento é conhecido pelas cerimônias de casamento que reúnem milhares de casais. Seu vasto império econômico abrange os setores da construção, da educação, da alimentação, da engenharia e da imprensa. A organização possui, entre outros, o jornal Washington Times.
Em um editorial, o Washington Times elogiou o anticomunismo de Moon e sua defesa dos valores familiares.
"Fé. Família. Liberdade. Serviço. Os valores conservadores serviram como um comovente memorial em homenagem à sabedoria do homem cujas visões e coragem ajudaram a lutar as batalhas do dia", afirma o jornal.
Em 1991, Moon se reuniu com o então líder norte-coreano Kim Il-Sung em Pyongyang. Fez negócios com a Coreia do Norte, através de uma empresa associada à seita, Pyeonghwa (Peace) Motors, que desde 1999 se dedica à construção de automóveis no norte da península.
Em 1974, ele se reuniu com Richard Nixon na Casa Branca e, em um pedido polêmico, solicitou aos americanos que perdoassem seu presidente no escândalo de Watergate.
O reverendo deixou 14 filhos, muitos dos quais trabalham em seu império. Hyung Jin Moon, o caçula dos homens, o sucedeu em 2008, então com 28 anos, à fente do movimento.
Seul - A Igreja da Unificação iniciou os preparativos para o funeral de seu fundador, Sun Myung Moon, mais conhecido no Brasil como reverendo Moon, que faleceu aos 92 anos.
A cerimônia acontecerá em uma pequena localidade sul-coreana isolada, que deve receber milhares de seguidores.
Operários começaram a pavimentar uma rua de duas vias e de um quilômetro de comprimento que leva ao gigantesco complexo onde fica no quartel-general da Igreja, chamada por muitos de seita, em Gapyeong, ao leste de Seul.
Nesta cidade acontecerá no dia 15 de setembro o funeral do autoproclamado messias sul-coreano, que funcou a controversa Igreja da Unificação e a transformou em um império bilionário.
A partir de quinta-feira, os fiéis poderão visitar um altar que será construído em uma sala do complexo.
Moon, que tinha sido hospitalizado no mês passado depois de sofrer complicações em decorrência de uma pneumonia, faleceu passadas as 2h00 de segunda-feira (hora local, 14h00 de domingo, hora de Brasília), informou um porta-voz do reverendo à AFP.
Na sexta-feira, a seita havia informado que seu fundador sofria de um problema crítico nos órgãos vitais, que determinaram seu ingresso em terapia intensiva. No sábado, os médicos informaram que Moon tinha entrado "um estado irreversível de sua condição".
O corpo de Moon havia sido transportado para um edifício de mármore branco, sobre uma colina que domina o complexo.
"Era nosso pai e o messias de Deus. Seu corpo foi concebido por Deus e pensávamos que viveria 100 anos", declarou um colaborador.
Dezenas de fieis manifestaram aflição no portal da igreja.
"É como se o céu caísse sobre nós e o mundo inteiro desabasse", escreveu um deles.
"És o rei dos reis eternos, o messias da humanidade, permanecerás para sempre em nosso coração", destacou outro.
Bo Hi Pak, colaborador de Moon durante décadas, espera o comparecimento de dezenas de milhares de fiéis ao funeral, grande parte deles procedentes do exterior.
Sul-coreano, Moon nasceu em uma família de agricultores em uma região que atualmente faz parte do território norte-coreano. O reverendo dizia que aos 15 anos teve uma visão de Jesus pedindo que completasse a missão interrompida pela crucificação.
Segundo trechos de sua biografia publicada em seu site pessoal, ele foi torturado e mandado para um campo de trabalhos forçados enquanto pregava na Coreia após a Segunda Guerra Mundial. Foi libertado quando os guardas fugiram com o avanço das forças americanas durante a Guerra da Coreia.
Depois de vagar pela cidade de Busan, no sul, como um refugiado de guerra, ele teria construído a sua primeira igreja nesta região, usando caixas de rações militares.
Rejeitado pelas igrejas protestantes coreanas, Moon fundaria em 1954 sua própria congregação, a Igreja da Unificação. Atualmente é uma das maiores e mais controversas comunidades religiosas do mundo, sendo considerada uma seita em vários países.
A igreja tinha presença em vários países da América Latina, como o Brasil, onde possuía mais de 40 terrenos no Mato Grosso do Sul.
"Meu coração está muito triste e todos os membros de nossa associação devem estar na mesma situação", declarou ao portal de notícias G1 Yasushiro Ishii, diretor da igreja em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
A organização reivindica pregar em 200 países para três milhões de seguidores que se referem a Moon como "o verdadeiro pai" e o consideram "o único Messias da história humana".
Os ensinamentos de Moon são baseados na Bíblia, mas com novas interpretações, e são considerados heréticos por algumas organizações cristãs.
"A visão de Deus de Moon é essencialmente coreana, combinando xamanismo e padrões familiares confucianos ao modelo cristão", escreveu Michael Breen em seu livro, "The Koreans".
"Seu Deus é o pai misericordioso que sofre em uma agonia solitária em um mundo de crianças más", explicou o autor.
Os críticos consideram a Igreja da Unificação, cujo nome oficial é Federação Familiar para a Paz no Mundo e a Unificação, uma seita que pratica a lavagem cerebral de seus adeptos, uma acusação rejeitada pela organização.
O movimento é conhecido pelas cerimônias de casamento que reúnem milhares de casais. Seu vasto império econômico abrange os setores da construção, da educação, da alimentação, da engenharia e da imprensa. A organização possui, entre outros, o jornal Washington Times.
Em um editorial, o Washington Times elogiou o anticomunismo de Moon e sua defesa dos valores familiares.
"Fé. Família. Liberdade. Serviço. Os valores conservadores serviram como um comovente memorial em homenagem à sabedoria do homem cujas visões e coragem ajudaram a lutar as batalhas do dia", afirma o jornal.
Em 1991, Moon se reuniu com o então líder norte-coreano Kim Il-Sung em Pyongyang. Fez negócios com a Coreia do Norte, através de uma empresa associada à seita, Pyeonghwa (Peace) Motors, que desde 1999 se dedica à construção de automóveis no norte da península.
Em 1974, ele se reuniu com Richard Nixon na Casa Branca e, em um pedido polêmico, solicitou aos americanos que perdoassem seu presidente no escândalo de Watergate.
O reverendo deixou 14 filhos, muitos dos quais trabalham em seu império. Hyung Jin Moon, o caçula dos homens, o sucedeu em 2008, então com 28 anos, à fente do movimento.