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Iêmen: nove mortos e uma cidade nas mãos da Al Qaeda

Polícia do Iêmen matou quatro manifestantes neste domingo na cidade de Taez, ao sul de Sanaa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2011 às 13h35.

Sanaa - A polícia do Iêmen matou quatro manifestantes neste domingo na cidade de Taez, ao sul de Sanaa, enquanto que supostos combatentes da Al-Qaeda continuavam controlando uma cidade do sul, Zinjibar, onde outros cinco civis morreram.

Entretanto, a oposição ao presidente Ali Abdullah Saleh afirmou que os três trabalhadores humanitários franceses desaparecidos no sábado no sudeste tinham sido sequestrados e pediu sua libertação.

Três manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos neste domingo pelos disparos da polícia durante uma manifestação contra o presidente Ali Abdullah Saleh, realizada na cidade de Taez, ao sul de Sanaa, informaram fontes hospitalares.

Outro manifestante morreu na praça Tahrir, segundo outra fonte médica.

Segundo o comitê local dos "Jovens da Revolução", em torno de 3.000 manifestantes concentraram-se diante da delegacia de Taez para pedir a libertação de um manifestante detido pelas forças de segurança.

Os policiais presentes tentaram dispersar o protesto, disparando para o ar, mas diante da intensificação das manifestações e da negativa dos concentrados em abandonar o local, dispararam contra a multidão.

Em Zinjibar, cinco civis morreram neste domingo nos confrontos entre o exército e supostos membros da Al-Qaeda que tomaram o controle dessa cidade do sul do país, disseram fontes médicas.

Segundo um responsável local, elementos armados que estariam vinculados à Al-Qaeda tomaram o controle de Zinjibar, capital da província de Abyan, no fim dos confrontos que deixaram 18 mortos na sexta e no sábado.

Nesse contexto, generais dissidentes acusaram o presidente Ali Abdullah Saleh de ter entregue uma província do sul aos "terroristas".

Em Sanaa, a tensão continua sendo grande, apesar da consolidação de uma trégua entre as forças da ordem e milícias do poderoso chefe tribal dos Hached, xeque Sadek al-Ahmar, que se enfrentaram no começo da semana.

Em um comunicado, oficiais dissidentes (entre eles o general Ali Mohsen al-Ahmar, que aderiu à revolta em março) acusaram Saleh de ter "entregue a província de Abyane aos grupos terroristas armados", e pediram ao exército que os combatam.

A oposição estimou que Saleh "entregou a cidade a grupos armados" para "levantar a bandeira da Al-Qaeda" e continuar tendo um apoio internacional.

O presidente, que se recusa a deixar o poder apesar da pressão popular, afirmou recentemente que a insegurança pode provocar a queda de várias províncias do sul e do leste nas mãos da Al-Qaeda.

Segundo um dirigente local, mais de 200 homens armados invadiram Zinjibar na sexta-feira, enfrentando as forças do governo. "Não resta mais que uma brigada mecanizada, que está cercada", acrescentou.

"Os homens armados executaram os soldados que haviam se rendido e nos impediram de enterrar os militares mortos, então seus cadáveres ficaram expostos ao sol", contou um morador da região, que pediu o anonimato.

Dezenas de famílias já fugiram da cidade, "tomada por homens armados que dizem pertencer à Al-Qaeda".

Na capital, seguindo um acordo, os homens do xeque Ahmar começaram a deixar os prédios públicos que haviam invadido no começo da semana, em combates que deixaram pelo menos 68 mortos.

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