Humildemente, peço perdão, diz papa a vítimas de pedofilia
Papa Francisco rezou missa com seis vítimas de abusos sexuais de padres católicos e lhes pediu perdão pelos pecados da Igreja
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2014 às 09h41.
Cidade do Vaticano -O papa Francisco rezou nesta segunda-feira (07) uma missa com seis vítimas de abusos sexuais de padres católicos.
As três mulheres e os três homens foram abusados na Alemanha, na Irlanda e na Grã-Bretanha e ouviram o papa pedir perdão pelos "pecados da Igreja ".
"Perante Deus e ao seu povo, estou profundamente machucado pelos pecados gravíssimos de abusos sexuais cometidos por membros do clero e, humildemente, peço perdão. Esses atos profanam a imagem de Deus", falou Francisco durante a homilia.
Ele continuou com um discurso forte, afirmando que esses abusos em crianças e os suicídios causados por eles "pesam no meu coração, na minha consciência e na consciência de toda a Igreja".
O pontífice declarou que os esses "atos são execráveis" e que "deixam cicatrizes para toda a vida".
Francisco ainda ressaltou que "a presença de vocês aqui é um sinal do milagre da esperança, que sobressai a mais profunda obscuridade. Isso porque os abusos causam um efeito rompedor da fé e da esperança em Deus".
A homilia do papa fez com as vítimas chorassem e comovessem o pontífice.
"Esse choro é de uma dor profunda, um sofrimento por muito tempo escondido, dissimulado na cumplicidade que não tem como explicar", disse Francisco.
Ele pediu para que a Igreja e as pessoas ajam com mais efetividade, afirmado que "aqueles que estão chorando, estão contagiando nossa consciência sobre esse crime que é um grave pecado".
O pontífice afirmou também que "quem não ajuda aqueles que choram traíram sua missão na Igreja" e que hoje o "coração da Igreja guarda os olhos de Jesus nessas crianças que querem chorar".
Os seis adultos que estavam na missa foram abusados ainda quando eram crianças ou adolescentes.
O papa ainda pediu na celebração que a Comissão que está investigando esses crimes ajude as crianças "que pertencem a qualquer religião" criando e dando ideias para novas políticas e procedimentos para a proteção dos menores "para que esses pecados não se repitam mais".