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Human Rights Watch denuncia excesso de armas letais no Egito

Segundo a organização, houve, pelo menos, 337 mortes na quarta-feira passada (14), quando acampamentos urbanos foram desmantelados pelo Governo

Manifestantes buscam refúgio próximo à praça Ramsés: HRW diz que, desde o início, foi decidido usar munição real em grande escala, desrespeitando os padrões internacionais básicos de polícia sobre o uso da força letal (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)
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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 17h24.

Nova York - O uso excessivo e injustificado de força letal por parte dos responsáveis pela segurança no Egito é a principal causa do elevado número de vítimas nos protestos do país, denunciou nesta segunda-feira a Human Rights Watch (HRW).

A organização de defesa dos direitos humanos divulgou nesta segunda-feira o resultado de uma investigação dos eventos ocorridos na semana passada no Egito, que começaram com o desmantelamento (dia 14), por parte das autoridades, de acampamentos urbanos de protestos convocados pelos Irmandade Muçulmana .

Segundo as autoridades, o total de mortes nesse dia foi de 638, incluindo 43 policiais, mas a HRW indica que no desmantelamento do acampamento de Rabia al-Adawiya houve "pelo menos 337" mortos, frente aos 288 reconhecidos pelo Governo.

"A decisão de usar munição real em grande escala desde o princípio reflete o fracasso em respeitar os padrões internacionais básicos de polícia sobre o uso da força letal", disse a organização em comunicado.

Esse nível de uso da força não se justifica pelas ações dos manifestantes e pela "limitada posse de armas" de alguns deles, acrescentou a HRW, que também lamentou que não foi oferecida nenhuma oportunidade dos participantes do protesto deixarem a manifestação de forma segura.

"O excessivo e injustificado uso da "força letal" constitui a pior resposta possível perante a situação tão tensa do Egito", disse Joe Stork, diretor interino da HRW para o Oriente Médio e o Norte da África.


A HRW indicou que está investigando a dissolução dos acampamentos de protesto da Irmandade Muçulmana de Rabia al-Adawiya e Nahda, dos quais o primeiro foi mais grave.

Os manifestantes disseram que "tentaram fugir, mas foram atingidos pelos disparos que vinham de todas as direções", disse em vídeo a diretora da HRW no Egito, Heba Morayef.

As autoridades "devem controlar a polícia" e ordenar uma prestação de contas dos episódios violentos, já que, "caso contrário, há poucas esperanças de prevenir uma escalada", acrescentou Morayef.

Para seu relatório, a organização se baseou em vídeos gravuras durante os protestos, falou com testemunhas e entrevistou os médicos.

Além disso, a Human Rights Watch criticou as forças de segurança por não proteger as igrejas cristãs coptas que foram atacadas por militantes islâmicos em represália pela violência.

Pelo menos 32 igrejas foram atacadas e 20 delas foram incendiadas, em incidentes nos quais um cristão morreu.

As autoridades egípcias de segurança "são responsáveis" não só pelo o que fizeram na repressão dos protestos, mas por seu fracasso em proteger as igrejas e as comunidades cristãs "frente aos ataques de represália previsíveis", afirmou Stork na nota.

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Nova York - O uso excessivo e injustificado de força letal por parte dos responsáveis pela segurança no Egito é a principal causa do elevado número de vítimas nos protestos do país, denunciou nesta segunda-feira a Human Rights Watch (HRW).

A organização de defesa dos direitos humanos divulgou nesta segunda-feira o resultado de uma investigação dos eventos ocorridos na semana passada no Egito, que começaram com o desmantelamento (dia 14), por parte das autoridades, de acampamentos urbanos de protestos convocados pelos Irmandade Muçulmana .

Segundo as autoridades, o total de mortes nesse dia foi de 638, incluindo 43 policiais, mas a HRW indica que no desmantelamento do acampamento de Rabia al-Adawiya houve "pelo menos 337" mortos, frente aos 288 reconhecidos pelo Governo.

"A decisão de usar munição real em grande escala desde o princípio reflete o fracasso em respeitar os padrões internacionais básicos de polícia sobre o uso da força letal", disse a organização em comunicado.

Esse nível de uso da força não se justifica pelas ações dos manifestantes e pela "limitada posse de armas" de alguns deles, acrescentou a HRW, que também lamentou que não foi oferecida nenhuma oportunidade dos participantes do protesto deixarem a manifestação de forma segura.

"O excessivo e injustificado uso da "força letal" constitui a pior resposta possível perante a situação tão tensa do Egito", disse Joe Stork, diretor interino da HRW para o Oriente Médio e o Norte da África.


A HRW indicou que está investigando a dissolução dos acampamentos de protesto da Irmandade Muçulmana de Rabia al-Adawiya e Nahda, dos quais o primeiro foi mais grave.

Os manifestantes disseram que "tentaram fugir, mas foram atingidos pelos disparos que vinham de todas as direções", disse em vídeo a diretora da HRW no Egito, Heba Morayef.

As autoridades "devem controlar a polícia" e ordenar uma prestação de contas dos episódios violentos, já que, "caso contrário, há poucas esperanças de prevenir uma escalada", acrescentou Morayef.

Para seu relatório, a organização se baseou em vídeos gravuras durante os protestos, falou com testemunhas e entrevistou os médicos.

Além disso, a Human Rights Watch criticou as forças de segurança por não proteger as igrejas cristãs coptas que foram atacadas por militantes islâmicos em represália pela violência.

Pelo menos 32 igrejas foram atacadas e 20 delas foram incendiadas, em incidentes nos quais um cristão morreu.

As autoridades egípcias de segurança "são responsáveis" não só pelo o que fizeram na repressão dos protestos, mas por seu fracasso em proteger as igrejas e as comunidades cristãs "frente aos ataques de represália previsíveis", afirmou Stork na nota.

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