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Homossexuais reivindicam direitos na Parada Gay de Paris

Manifestações importantes também ocorreram neste sábado em outras cidades europeias, como Berlim e São Petersburgo

O lema desta décima parada do orgulho lésbico, gay, bi e transexual de Paris é "Pela igualdade: em 2001 manifesto, em 2012 voto" (Miguel Medina/AFP)

O lema desta décima parada do orgulho lésbico, gay, bi e transexual de Paris é "Pela igualdade: em 2001 manifesto, em 2012 voto" (Miguel Medina/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2011 às 09h03.

Paris - Dezenas de milhares de pessoas participaram neste sábado em Paris da 10ª Parada do Orgulho Gay da França, que este ano leva uma mensagem aos candidatos à sucessão presidencial para que se inspirem no Senado de Nova York, que reconheceu o direito do casamento às pessoas do mesmo sexo.

Ao mesmo tempo, houve manifestações importantes neste sábado em outras cidades europeias como Berlim e São Petersburgo. Em Roma, o desfile aconteceu no dia 11 de junho.

Na sexta-feira, o Senado de Nova York aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Estado, em uma histórica votação ao final de um intenso debate sobre o tema.

A chamada "Lei de Igualdade Matrimonial" (Marriage Equality Act) foi aprovada por 33 votos contra 29, após uma série de modificações no projeto original.

A decisão dos senadores de Nova York conforta os militantes franceses, disse Nicolas Gougain, porta voz do grupo Inter-LGBT. Segundo ele, "isso mostra que outros avançam enquanto a França está estagnada".

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo jornal Dimanche Oues-France, a ideia recebe o apoio de uma ampla maioria dos franceses (83% da população), que também aprovam a adoção de crianças por pais homossexuais (58%).

O eleitorado de direita, no entanto, é mais reticente ao projeto, com 41% das pessoas entrevistadas sendo favoráveis ao casamento e 37% à adoção.

A Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados) rejeitou em meados de junho um projeto de lei do Partido Socilaista (PS, oposição) para autorizar o matrimônio de casais homossexuais. A esquerda votou a favor, mas uma grande parte foi contrária.

"Queremos a partir de agora mostrar aos políticos que seremos exigentes neste assunto", avisou Gougain, horas antes da saída da passeata da Praça de Montparnasse.

O lema desta décima parada do orgulho lésbico, gay, bi e transexual de Paris é "Pela igualdade: em 2001 manifesto, em 2012 voto". "É uma forte mensagem dirigida aos políticos", disse o ativista.

Os ativistas pedem especialmente pelo reconhecimento das famílias homossexuais, permissão para o casamento e a adoção de uma lei sobre a identidade de gênero que facilite a mudança para os transexuais.

O desfile, que em 2010 reuniu cerca de cem mil pessoas, segundo a polícia, e 800 mil, de acordo com os organizadores, seguirá até a Praça da Bastilha. Lá, terá início uma grande noite festiva com direito a shows e a um grande beijo coletivo às 20h (18h GMT), que será convocado pela atriz e cantora Arielle Dombasle, a madrinha da edição 2011 do evento.

En Berlim, dezenas de milhares de pessoas, algumas fantasiadas, desfilaram neste sábado em Berlim na tradicional Parada do Orgulho Gay, que este ano tem como lema o combate à homofobia nos esportes.

Os organizadores do 33º "Christopher Street Day" esperam cerca de um milhão de pessoas para esta manifestação anual que dá a oportunidade a seus participantes exibir toda a sua originalidade e humor com suas fantasias.

Antes do início do Mundial de futebol feminino na Alemanha, a "Gay Pride" da capital alemã quer mostrar um "cartão vermelho" para a homofobia e defender mais "aceitação e apoio à diversidade sexual nos esportes".

"Sair do armário é quase sempre a exceção nos esportes", segundo os organizadores, em particular no mundo do futebol.

"A Federação Internacional de Futebol infelizmente se cala a respeito do tema da homossexualidade", segundo eles.

Está prevista uma grande festa mais tarde com a participação do prefeito gay de Berlim, Klaus Wowereit, e do presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanziger.

No dia 28 de junho de 1969, na Christopher Street de Nova York, os clientes do Stonewall Bar, travestis e jovens prostitutas em sua maioria, se rebelaram pela primeira vez contra uma intervenção policial. Os quatro dias de distúrbios que se seguiram desencadearam o movimento pela igualdade dos direitos dos homossexuais e das lésbicas.

Na Rússia, vários militantes da causa homessexual foram detidos no sábado em São Petersburgo durante uma "Parada Gay eslava", que foi proibida pelas autoridades e dispersada pela polícia, disse um jornalista da AFP.

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