Homicídios no México atingem máxima histórica
Pena Nieto, presidente mexicano, assumiu em dezembro de 2012, prometendo diminuir a violência que escalou durante o governo de seu antecessor
Reuters
Publicado em 24 de dezembro de 2017 às 12h23.
Cidade do México - O México registrou neste ano o maior número de homicídios desde que os registros modernos foram iniciados, de acordo com dados oficiais, em um golpe para a promessa do presidente Enrique Pena Nieto de controlar a violência de gangues, às vésperas da presidencial em 2018.
Foram abertas 23.101 investigações de assassinatos nos 11 primeiros meses deste ano, ultrapassando as 22.409 registradas em todo o ano de 2011, mostraram dados publicados pelo Ministério do Interior. Os dados vão até 1997.
Pena Nieto assumiu o cargo em dezembro de 2012, prometendo diminuir a violência que escalou durante o governo de seu antecessor Felipe Calderon. Ele conseguiu reduzir o número de assassinatos durante os primeiros dois anos de seu mandato, mas desde então os números têm subido de forma consistente.
A taxa de homicídios do México, de 18,7 para 100 mil habitantes ainda está mais baixa do que em 2011, quando chegou a quase 19,4 por 100 mil, segundo os dados. A taxa também se mantém abaixo dos níveis reportados em alguns outros países da América Latina.
De acordo com dados da ONU usados na base de dados do Banco Mundial, Brasil e Colômbia tinham em 2015, último dado disponível, uma taxa de homicídio de 27 por 100 mil habitantes. Na Venezuela, a taxa era de 57, em Honduras, 64 e em El Salvador, 109. A taxa nos Estados Unidos era de 5 a cada 100 mil habitantes.
Ainda assim, o fracasso de Pena Nieto para conter os homicídios prejudicou sua credibilidade e seu partido, que enfrenta mais dificuldade para se manter no poder na eleição de julho de 2018.
A lei impede que Pena Nieto concorra novamente.
O atual líder nas pesquisas, o candidato de esquerda Andres Manuel Lopez Obrador, levantou a ideia de explorar anistia com gangues criminosas para reduzir a violência, sem detalhar a ideia.
(Por Diego Ore e Dave Graham)