Homem fere policial com faca em posto de fronteira da Espanha
O ataque, feito os gritos de "Alá é grande", está sendo investigado para que se possa determinar se foi ou não premeditado
AFP
Publicado em 25 de julho de 2017 às 10h28.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 11h02.
Aos gritos de "Alá é grande", um homem cruzou correndo a fronteira entre Marrocos e Melilla, enclave espanhol naquele país africano, e feriu um policial nesta terça-feira pela manhã (25) - informou um porta-voz da Polícia espanhola.
"A Polícia prendeu um homem que atacou os agentes com uma faca na passagem fronteiriça de Beni Enzar, um deles ferido leve", tuitou o ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido.
Segundo uma porta-voz da delegação do governo em Melilla, o agressor tinha "uma faca de grande dimensão" e seria marroquino.
O ataque aconteceu por volta das 7h35 (2h35 no horário de Brasília), de acordo com o porta-voz da Polícia, que informou que a vítima foi ferida em um dedo da mão.
Um vídeo divulgado pelo ministro, que parece provir de uma câmera de segurança, mostra um homem de bermuda e camisa, atravessando a fronteira com uma faca na mão. Contrariando a declaração da Polícia, na imagem, ele avança a pé, sem correr. A câmera parece não ter filmado o início do ataque.
Policiais se aproximam cautelosamente do indivíduo, e um deles joga uma barreira de plástico, antes que os outros consigam controlá-lo. É neste momento, segundo o jornal "El País", que ele fere um dos agentes.
Em um tuíte, o ministro Ignacio Zoido evocou "um grave incidente", mas evitou falar de ato de terrorismo.
Terceiro destino turístico mundial, a Espanha se mantém relativamente à margem da onda de atentados do Estado Islâmico em grandes cidades europeias, como Paris, Bruxelas e Berlim.
Desde 2015, porém, o país se encontra em estado de alerta nível 4, de um máximo de 5, o que significa que há uma grande probabilidade de atentado terrorista.
Em 11 de março de 2004, a Espanha sofreu os mais letais atentados extremistas cometidos na Europa, quando várias bombas explodiram em vários trens de Madri, deixando 191 mortos. Os ataques foram reivindicados em nome da Al-Qaeda por uma célula islamita radical.
Em 2016, 69 pessoas foram detidas no âmbito da luta contra o terrorismo islamita. Em 2017, já são mais de 35, segundo balanço do Ministério do Interior publicado em sua página on-line em 2 de junho.
A Espanha exerce sua soberania sobre os enclaves de Ceuta e Melilla no Marrocos, desde 1580 e 1496, respectivamente.
Muitos marroquinos vêm e vão diariamente para comprar produtos sem taxação de impostos.
As duas cidades, onde a pobreza e o desemprego são elevados, possuem status de "zona franca", o que contribui para o desenvolvimento econômico e alimenta o contrabando - amplamente tolerado - no norte do Marrocos.
Desde 2005, Ceuta e Melilla lidam com uma forte pressão migratória. Todo ano, milhares de migrantes da África subsaariana tentam entrar nas cidades, portas de entrada para a Europa.
Em 16 de junho passado, um carro avançou em um posto de fronteira com nove imigrantes africanos a bordo, ferindo levemente dois agentes. Um incidente similar aconteceu em março no mesmo local.