Hollande descarta caráter terrorista em tiroteio em escola
O presidente esclareceu que o ataque feriu o diretor e dois alunos, enquanto o resto acabou se machucando pelo pânico suscitado no local
EFE
Publicado em 16 de março de 2017 às 13h59.
Última atualização em 16 de março de 2017 às 14h01.
Paris - O presidente francês, François Hollande , descartou que o ataque desta quinta-feira, que terminou com oito feridos, em uma instituição de ensino em Grasse, no sudeste da França, tenha caráter terrorista, ao mesmo tempo que afirmou que a investigação aberta determinará suas circunstâncias.
Em declaração em Corrèze, no centro do país, Hollande afirmou que os feridos de maior consideração são o diretor e dois alunos, enquanto o resto acabou se machucando pelo pânico suscitado no centro educativo.
Segundo o ministro francês do Interior, Bruno Le Roux, três pessoas apresentaram ferimentos causados por bala.
Hollande lembrou que esse fato coincidiu com o atentado que ocorreu pouco antes na sede parisiense do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde uma secretária ficou levemente ferida ao abrir uma carta com uma bomba que explodiu.
Esse fato, cuja investigação foi encarregada à Promotoria Antiterrorista de Paris, e o ataque de Grasse, "justificam que prossiga o estado de emergência" na França, indicou Hollande.
Essa situação de exceção, que permite que as forças da ordem efetuem determinadas ações sem autorização judicial, foi decretada após os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis, e foi sendo prolongada sucessivamente desde então.
A última prorrogação tem vigência até 15 de julho, para incluir o período eleitoral que viverá o país com as eleições presidenciais de abril e maio e as legislativas, em junho.
O presidente francês afirmou que o estado de emergência não pode ser permanente, mas justificou que seja adaptado a "certas circunstâncias".
Hollande confirmou que o suposto autor do ataque de Grasse, um aluno do centro de 17 anos de idade, foi detido.
O presidente da região Provença-Alpes-Côte d'Azur (na qual se encontra Grasse), Christian Estrosi, por sua vez, contou que tinha falado com o diretor do centro e o mesmo estava bem.
"Me disse que o alertaram sobre a presença do aluno (armado) e ele tentou intervir para manter a calma ", relatou perante os veículos de imprensa no local.
Segundo vários testemunhas, o estudante efetuou quatro disparos com um fuzil, uma das armas que levava, junto a uma pistola, um revolver e duas granadas.
Os fatos ocorreram por volta das 13h (9h, em Brasília), quando boa parte dos alunos estava no refeitório do instituto e provocou um movimento de pânico que deixou alguns feridos.
A "rápida atuação" das forças de segurança, segundo o ministro do Interior, Bruno Le Roux, permitiu a detenção do suposto autor.
Em um primeiro momento, suspeitava-se que podia contar com um cúmplice, por isso que foi lançado o alerta de atentado. O estabelecimento foi evacuado.
O suposto autor dos fatos. aluno do centro, não tinha antecedentes penais, segundo o Ministério do Interior, embora a televisão "BFMTV" afirme que o mesmo consultava pela internet vídeos de assassinatos em massa.