Haitianos lembram terremoto que devastou capital há 5 anos
Centenas de pessoas, a maioria homens de terno escuro e mulheres de vestido branco, participaram da missa católica, realizada ao amanhecer na nova igreja
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 14h24.
Porto Príncipe, Haiti - Os haitianos se reuniram na manhã desta segunda-feira para lembrar o devastador terremoto de janeiro de 2010 que deixou em ruínas a maior parte da capital e áreas próximas, no que é considerado o pior desastre natural da era moderna no país.
Centenas de pessoas, a maioria homens de terno escuro e mulheres de vestido branco, participaram da missa católica, realizada ao amanhecer na nova igreja, construída junto às ruínas da Catedral Nacional no centro de Porto Príncipe.
"Esta é uma data que nunca esquecerei", disse Gladys Lambard, que perdeu seu marido e a irmã no terremoto, enquanto andava de braços dados com a filha de 14 anos.
"A tristeza daquele dia marcou minha vida para sempre."
O presidente Michel Martelly e outros dignitários presidiram a cerimônia numa vala comum na periferia norte da capital, onde as autoridades determinaram o rápido enterro de milhares de pessoas logo após o desastre.
O tremor de magnitude 7,0 aconteceu pouco antes das 5h de 12 de janeiro de 2010, derrubando aos milhares os prédios mau construídos da cidade, densamente povoada.
Posteriormente, o governo disse que mais de 300 mil pessoas foram mortas, mas o número exato é desconhecido porque não houve esforços sistemáticos para contar os corpos em meio ao caos e à destruição.
Após o terremoto, grupos de toda as partes do mundo foram para o país para tentar resgatar pessoas presas nos escombros e cuidar dos milhares de feridos.
Carine Joiceus, funcionária alfandegária de 44 anos que participou da missa, teve um braço amputado. Depois do tremor, ela teve dois filhos e disse que aprendeu a viver com a nova condição.
"Eu me lembro de chorar durante todo o ano após o que aconteceu", disse Joiceus. "Mas, desde então, estou seguindo adiante com minha vida e pensando no futuro."
Mas para o país como um todo, a recuperação tem sido desigual.
A Organização das Nações Unidas diz que o Haiti recebeu mais de 80% dos cerca de US$ 12,45 bilhões prometidos por mais de 50 países e agências multilaterais desde o desastre, numa combinação de assistência humanitária, ajuda para recuperação e socorro após o desastre.
A capital está cheia de novas construções e o número de pessoas nas favelas e acampamentos caiu de cerca de 1,5 milhão para 80 mil.
Mas o Haiti continua a ser um país desesperadamente pobre que enfrenta os mesmos desafios de antes do terremoto.
O Banco Mundial diz que mais de 6 milhões dos cerca de 10,4 milhões de habitantes vivem abaixo da linha nacional de pobreza, que é de US$ 2,44 por dia.
Ao mesmo tempo, um impasse político entre Martelly e o Parlamento tem adiado as eleições legislativas e ameaça prejudicar a estabilidade política do país.
Fonte: Associated Press.
Porto Príncipe, Haiti - Os haitianos se reuniram na manhã desta segunda-feira para lembrar o devastador terremoto de janeiro de 2010 que deixou em ruínas a maior parte da capital e áreas próximas, no que é considerado o pior desastre natural da era moderna no país.
Centenas de pessoas, a maioria homens de terno escuro e mulheres de vestido branco, participaram da missa católica, realizada ao amanhecer na nova igreja, construída junto às ruínas da Catedral Nacional no centro de Porto Príncipe.
"Esta é uma data que nunca esquecerei", disse Gladys Lambard, que perdeu seu marido e a irmã no terremoto, enquanto andava de braços dados com a filha de 14 anos.
"A tristeza daquele dia marcou minha vida para sempre."
O presidente Michel Martelly e outros dignitários presidiram a cerimônia numa vala comum na periferia norte da capital, onde as autoridades determinaram o rápido enterro de milhares de pessoas logo após o desastre.
O tremor de magnitude 7,0 aconteceu pouco antes das 5h de 12 de janeiro de 2010, derrubando aos milhares os prédios mau construídos da cidade, densamente povoada.
Posteriormente, o governo disse que mais de 300 mil pessoas foram mortas, mas o número exato é desconhecido porque não houve esforços sistemáticos para contar os corpos em meio ao caos e à destruição.
Após o terremoto, grupos de toda as partes do mundo foram para o país para tentar resgatar pessoas presas nos escombros e cuidar dos milhares de feridos.
Carine Joiceus, funcionária alfandegária de 44 anos que participou da missa, teve um braço amputado. Depois do tremor, ela teve dois filhos e disse que aprendeu a viver com a nova condição.
"Eu me lembro de chorar durante todo o ano após o que aconteceu", disse Joiceus. "Mas, desde então, estou seguindo adiante com minha vida e pensando no futuro."
Mas para o país como um todo, a recuperação tem sido desigual.
A Organização das Nações Unidas diz que o Haiti recebeu mais de 80% dos cerca de US$ 12,45 bilhões prometidos por mais de 50 países e agências multilaterais desde o desastre, numa combinação de assistência humanitária, ajuda para recuperação e socorro após o desastre.
A capital está cheia de novas construções e o número de pessoas nas favelas e acampamentos caiu de cerca de 1,5 milhão para 80 mil.
Mas o Haiti continua a ser um país desesperadamente pobre que enfrenta os mesmos desafios de antes do terremoto.
O Banco Mundial diz que mais de 6 milhões dos cerca de 10,4 milhões de habitantes vivem abaixo da linha nacional de pobreza, que é de US$ 2,44 por dia.
Ao mesmo tempo, um impasse político entre Martelly e o Parlamento tem adiado as eleições legislativas e ameaça prejudicar a estabilidade política do país.
Fonte: Associated Press.