Haiti autoriza retorno de Aristide ao país e promete emitir passaporte para ele
Em 2004, o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, acusado de corrupção e violência, foi deposto por uma sequência de revoltas populares e pela ação de um grupo organizado
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 06h58.
Brasília - O governo do Haiti anunciou nessa segunda-feira (31) que analisa a hipótese de conceder o passaporte ao ex- presidente do país Jean-Bertrand Aristide. A concessão é uma autorização para que Aristide possa retornar ao país. As informações são das Agência Lusa.
Em 2004, o ex-presidente foi deposto por uma sequência de revoltas populares e a ação de um grupo organizado. Aristide comandou o Haiti em 1991, de 1994 a 1996, depois de 2001 a 2004. É acusado de corrupção e violência.
A iniciativa do governo foi anunciada pelo Ministério do Interior do Haiti, por meio de nota oficial. Aristide vive atualmente na África do Sul como exilado político. No comunicado, o atual governo informa que está preparado para a concessão do documento ao ex-presidente.
“O governo do Haiti garante que, caso haja pedido [para a concessão do passaporte], este será processado com celeridade”, diz a nota. O advogado Ira Kurzban, que defende o ex-presidente, pediu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros autorização para a emissão imediata de um passaporte diplomático.
No começo do mês passado, Aristide manifestou desejo de retornar ao Haiti. Em um comunicado oficial, o ex-presidente disse que seu objetivo era “ajudar a servir os irmãos e irmãs haitianos na área da educação, como um cidadão comum”.
O possível retorno de Aristide ocorre em um momento de instabilidade política no país. Para a Organização dos Estados Americanos (OEA), houve fraude nas últimas eleições presidenciais – realizadas em novembro de 2010 -, assim como o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, que também foi expulso do país, resolveu retornar.
O Haiti vive um período de reconstrução, em decorrência do terremoto de janeiro de 2010 que destruiu a maior parte do país, e há esforços internacionais para conter o avanço da edpidemia de cólera, que matou cerca de 4 mil pessoas.