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Guerra na Ucrânia: China muda o tom e diz que atuará por cessar-fogo

China garantiu que não medirá esforços para acabar com a guerra em solo ucraniano por meio da diplomacia

Governo chinês pede para que ambos os lados encontrem uma solução por meio de negociações internacionais (Sputnik/Aleksey Druzhinin/Kremlin/Reuters)

Governo chinês pede para que ambos os lados encontrem uma solução por meio de negociações internacionais (Sputnik/Aleksey Druzhinin/Kremlin/Reuters)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 1 de março de 2022 às 15h33.

O governo chinês sinalizou nesta terça-feira, 1º de março, que está pronto para atuar por um cessar-fogo. Por telefone, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou ao chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, que Pequim está "extremamente preocupada com os danos aos civis." Foi a primeira conversa entre os dois países desde o início do combate.

A Ucrânia está disposta a fortalecer as comunicações com a China e espera que a país desempenhe um papel na realização de um cessar-fogo. A declaração marcou uma mudança no tom do governo chinês. Na semana passada, questionado se a invasão representava uma violação da soberania da Ucrânia, um porta-voz de Pequim caracterizou a situação como “uma combinação de fatores”, mas não a descreveu como uma violação.

Nos dias que antecederam a invasão na Ucrânia, o porta-voz chinês também descreveu os EUA como o “culpado” da crise na Ucrânia, “aumentando as tensões, criando pânico e até exaltando a possibilidade de guerra”.

Vale lembrar que na sexta-feira passada, a China se juntou aos Emirados Árabes e a Índia na abstenção em uma resolução da ONU condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia, que foi apoiada por outros 87 países. Moscou vetou a resolução.

Nas olimpíadas de inverno, Vladimir Putin encontrou Xi Jinping e declarou que a amizade entre seus países “não tinha limites” e não havia áreas proibidas de cooperação. Alguns analistas afiram que que a China está tentando se posicionar como um pacificador regional, aproveitando seus laços estreitos com o Kremlin.

Hoje, o governo chinês pediu para que ambos os lados encontrem uma solução por meio de negociações internacionais, mas manteve suas críticas à Otan, dizendo que “a segurança regional não pode ser alcançada pela expansão de blocos militares”.

Em um comunicado, Kuleba disse que “pediu a Wang Yi que usasse o nível das relações entre Pequim e Moscou para forçar a Rússia a interromper sua agressão armada contra o povo ucraniano”. Já a Ucrânia afirmou que a China garantiu que não medirá esforços para acabar com a guerra em solo ucraniano por meio da diplomacia, inclusive como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

A China também agradeceu a Ucrânia por seu papel em facilitar a evacuação de cidadãos chineses do país, incluindo estudantes que foram transferidos para o Uzbequistão.

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