Estado Islâmico: segundo embaixador, governo dispõe de "coordenadas precisas" sobre as posições dos terroristas em todo o território nacional, por isso que não há possibilidade de erro (AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2015 às 12h15.
Moscou - A guerra da Síria e da Rússia contra as posições do Estado Islâmico (EI) no país árabe será longa, afirmou nesta quinta-feira em entrevista coletiva o embaixador sírio em Moscou, Riad Haddad.
"Não esperamos que a guerra termine em questão de dias. A guerra será dura. O Estado Islâmico é uma organização terrorista internacional com membros procedentes de 80 países. A guerra continua agora junto a nossos amigos russos, que estão nos ajudando", disse Haddad.
Ele afirmou que os aviões russos bombardeiam desde ontem "exclusivamente" as posições dos terroristas de EI e Al Qaeda nas regiões de Homs e Hama, e falou em cinco ataques realizados hoje contra os terroristas.
"Nós (Síria e Rússia) não fazemos ataques contra civis e zonas povoadas, mas contra os grupos terroristas que se encontram nos arredores das cidades e longe dos bairros residenciais", disse.
Haddad ressaltou que Damasco dispõe de "coordenadas precisas" sobre as posições dos terroristas em todo o território nacional, por isso que não há possibilidade de erro e de efeitos colaterais civis.
"Na Síria encontramos grupos terroristas armados independentemente de como sejam chamados. Todos perseguem os alvos do EI. Todos têm a mesma ideologia: o terror e a submissão", assinalou.
Ressaltou que todo guerrilheiro que combate contra o Exército sírio é um terrorista - "já que os opositores não têm posições militares em território sírio" -, por isso que é um alvo potencial dos ataques do Exército sírio e da aviação russa.
O embaixador sírio reconheceu que Moscou e Damasco negociaram "durante meses" uma possível intervenção militar russa no país árabe e garantiu que a operação aérea russa conta com o respaldo do direito internacional.
A esse respeito, lembrou que na Síria "há dezenas de milhares de terroristas", entre eles várias centenas procedentes da república russa da Chechênia e do Cáucaso.
O diplomata acusou as "potências regionais e mundiais de ajudar aos terroristas com armas, dinheiro e jihadistas, que entram na Síria desde território turco".
Haddad afirmou que os EUA, como líder da coalizão ocidental que combate desde 2014 os jihadistas, "demonstrou sua incapacidade e ineficácia na luta contra o EI" tanto na Síria como no vizinho Iraque.
"Não conseguiram praticamente nenhum resultado. Essa coalizão existe há mais de um ano. Durante esse período o território onde reina o EI não fez mais que aumentar", disse, acusando os ocidentais de destruir infraestruturas civis e energéticas com seus bombardeios "imprecisos".