Guerra Israel-Hamas: União Europeia considera apoiar 'pausa humanitária' no conflito
Os ministros das Relações Exteriores da UE realizaram uma reunião em Luxemburgo nesta segunda-feira para unificar posições sobre os apelos ao fim das hostilidades entre Israel e o grupo Hamas
Agência de notícias
Publicado em 23 de outubro de 2023 às 15h09.
Última atualização em 23 de outubro de 2023 às 15h54.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira, 23, que acredita que os líderes do bloco apoiariam uma "pausa humanitária" no conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas.
Os líderes dos países da União Europeia (UE) têm na agenda uma cúpula esta quinta e sexta-feira, em Bruxelas, e esse tema é um dos pontos centrais da agenda.
"É uma questão da maior importância política que será discutida no mais alto nível possível, nessa cúpula" de líderes, disse Borrell em coletiva de imprensa. "Penso que a ideia de uma pausa humanitária para facilitar a chegada de ajuda humanitária, para permitir que as pessoas deslocadas encontrem abrigo, é algo que os líderes apoiariam", disse ele.
Pausa nas 'hostilidades'
No final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE nesta segunda-feira em Luxemburgo, Borrell disse que também entendem que uma pausa nas hostilidades é essencial para entregar ajuda humanitária.
"Entendo que os ministros considerem que esta pausa é necessária, inclusive para efeitos de garantir que a ajuda humanitária chegue" às pessoas de que precisam, disse. Esse objetivo, segundo o diplomata espanhol, exige uma pausa nas hostilidades "porque, caso contrário, a própria ajuda humanitária seria destruída no processo".
Ajuda humanitária
O chefe da diplomacia europeia afirmou que, nos últimos dias, a ajuda humanitária conseguiu entrar na Faixa de Gaza, mas em níveis insuficientes ante a gravidade da situação.
"Antes da guerra, chegavam a Gaza 100 caminhões por dia, e agora chegam 20 por dia, quando as necessidades são muito maiores", observou.
Por isso, considera que a chegada destes comboios de ajuda constitui um "sinal positivo, mas deve aumentar em velocidade e quantidade".
Em particular, observou o diplomata, é imperativo que a ajuda humanitária inclua combustível que permita o funcionamento das centrais de dessalinização, para que a população civil palestina tenha acesso à água potável.
Os ministros das Relações Exteriores da UE realizaram uma reunião em Luxemburgo nesta segunda-feira para unificar posições sobre os apelos ao fim das hostilidades entre Israel e o grupo Hamas.
Um responsável europeu, que pediu anonimato, disse à AFP que já existe um acordo sobre a necessidade de criar condições para a entrega de ajuda humanitária.
Na semana passada, os Estados Unidos vetaram uma resolução sobre um possível cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU e os diplomatas da UE procuram agora uma posição comum.
Ao chegar à reunião desta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Álbares, disse que "só há uma solução para uma paz definitiva (...), e essa solução é a de dois Estados, a materialização de um Estado palestino".
Os ministros europeus, acrescentou, "têm que ser capazes de apoiar uma conferência internacional de paz que dê lugar a um Estado palestino".