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Guerra da vacina: Trump planeja acelerar, Putin inicia teste em 40 mil

A Sputnik 5, vacina russa contra a covid-19, vem sendo criticada pela comunidade científica internacional pela sua acelerada fase de testes e pesquisas

Vacina russa contra a covid-19: avanço nos tratamentos ajuda a impulsionar as bolsas internacionais nesta segunda-feira (Fundo de Investimento Direto Russo/Divulgação/Reuters)
LA

Lucas Amorim

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 06h57.

Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 11h05.

A Rússia começa nesta semana a testar em massa sua contestada vacina contra a covid-19. Os testes envolverão mais de 40 mil pessoas e serão supervisionados por um comitê estrangeiro de pesquisa. A vacina foi batizada de Sputnik 5 em homenagem ao primeiro satélite do mundo lançado pela União Soviética, o que dá o tom de guerra política que o país dedica às pesquisas contra a covid-19.

Até agora a Rússia recebeu pedidos globais de até 1 bilhão de doses e tem capacidade para produzir 500 milhões de doses por ano por meio de parcerias de fabricação. Entre os países interessados na vacina Russa está o Brasil, graças a um acordo fechado com o Paraná. Segundo o Instituto Gamaleya, que está conduzindo as pesquisas, há 45 centros médicos envolvidos nos testes -- que apenas agora entra na fase de testes considerada necessária pelas autoridades internacionais.

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A pressa russa tem atraído críticas de pesquisadores internacionais, e se defende afirmando que as pesquisas, na verdade, começaram há seis anos, com outros tipos de coronavírus, e agora foram adaptadas. Há pelo menos quatro outras vacinas em fase final de testes, duas delas com o Brasil no centro -- a chinesa Coronavac e outra conduzida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade Oxford.

A mesma vacina da AstraZeneca entrou ontem na agenda política de outro líder com atuação criticada na pandemia: o americano Donald Trump. Ontem, o jornal Financial Times revelou que Trump que planeja acelerar o período de testes da vacina para ter liberar a aplicação antes das eleições de novembro.

Ainda ontem o presidente anunciou que a FDA, a Anvisa americana, vai permitir emergencialmente o tratamento com plasma sanguíneo contra a covid-19.

Trump sobe ao palco hoje na primeira das quatro noites da covenção republicana que vaticinará sua candidatura à reeleição. Ele está cerca de 10 pontos percentuais atrás do republicano Joe Biden, que tem usado os números terríveis da pandemia no país para apontar uma falta de liderança do presidente. Os EUA têm 5,8 milhões de casos e 180.000 mortes.

As notícias sobre vacinas e tratamentos ajudam a puxar as bolsas nesta segunda-feira. A bolsa de Hong Kong subiu 1,74%, e o índice europeu Stoxx 600 estava em alta de 1,67% às 7h de Brasília.

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