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Guerra comercial ameaça meta de emissão de CO2 da China, diz autoridade

Dependente de carvão, a China é o maior produtor mundial de gases de efeito estufa e é pressionado para reduzir a emissão

China: o governo chinês afirma que vai cumprir o acordo apesar das tensões comerciais (Barcroft Media / Colaborador/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 14h18.

Pequim — As metas de emissões de efeito estufa da China estão em risco devido à guerra comercial com os Estados Unidos , o que coloca grande pressão sobre a economia chinesa dependente de carvão, disse uma autoridade climática graduada nesta sexta-feira.

"Elementos externos, como a guerra comercial sino-norte-americana, trouxeram impactos negativos e incertezas crescentes à economia global, o que também tornou mais difícil para a China combater a mudança climática", disse Li Gao, chefe do escritório de mudança climática do Ministério da Ecologia e do Meio Ambiente.

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"Temos confiança de que cumpriremos o compromisso (de emissões de carbono), mas uma expectativa muito otimista não se encaixaria na verdadeira situação da China e nos elementos externos que ela enfrenta", disse ele aos repórteres.

O maior produtor mundial de gases de efeito estufa prometeu garantir que as emissões tenham seu pico em 2030, como parte do esforço global para conter a elevação das temperaturas.

Em junho, Pequim prometeu mostrar "a maior ambição possível" ao revisar suas políticas climáticas do ano que vem, criando a esperança de que incluirá metas mais rígidas para seu plano quinquenal do período 2021-2025.

Mas Li, falando antes de uma cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York no mês que vem, pareceu derramar água fria na ideia de que a China conseguirá acelerar significativamente os esforços para colocar um teto nas emissões.

"Não subestimem a determinação e a confiança do governo chinês, mas aos mesmo tempo não subestimem as dificuldades que a China está enfrentando", disse ele, acrescentando: "A China não conseguirá cumprir a meta muitos anos antes do prazo".

As políticas chinesas devem ser alvo de escrutínio na cúpula da ONU, especialmente após um verão de temperaturas recordes em todo o globo.

O enviado climático das Nações Unidas, Luis de Alba, disse à Reuters no início deste mês que a ONU recebeu uma "resposta positiva" da China quanto ao fim do investimento em carvão, uma grande fonte de gases de efeito estufa e de poluição ambiental.

Li disse que o Ministério da Ecologia e do Meio Ambiente vai se concentrar no financiamento climático no futuro e que trabalhará com o Banco Central e o maior órgão de planejamento da China para criar políticas que apóiem projetos de redução de carbono em todo o país, incluindo recursos renováveis e veículos elétricos.

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